domingo, 26 de setembro de 2010

Número 9 - Domingo, 26 de setembro de 2010.


A nossa segunda Entrevista Especial é com o destemido jornalista Roberto Barbosa, que soltou o verbo sobre delicados assuntos relacionados à política em Campos


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Ao criar esta Revista de Campos, Marcelo Sampaio desativou o Blog do Sampa que mantinha na Internet desde 2008. No entanto continuará a entregar o Troféu Cultural a uma pessoa de destaque, por ano, na cultura campista.



A jornalista Lívia Nunes alegou problemas de ordem pessoal e ficará um tempo sem publicar sua coluna "Minúcia". No entanto o espaço vai continuar à sua disposição para retornar quando achar melhor.



O cineasta Carlos Alberto Bisogno teve um sério problema com o seu computador e por isso não conseguiu enviar a sua coluna "Pequeno Caderno de Ensaios" para ser publicada nesta edição da Revista de Campos.


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NO MAU SENTIDO - MARCELO SAMPAIO



Uma análise literária
Há bastante tempo reflito sobre a miscigenação existente na literatura brasileira, uma espécie de hibridismo de gêneros que percebo desde Manuel Bandeira. Tanto que ele teve várias das suas poesias musicadas por compositores, como Villa-Lobos por exemplo.
Nesta convergência um dos recursos líricos mais comuns é a topologia da inacessibilidade, configurada na grande distância entre o sujeito e seu objeto. Também é muito utilizado nos versos o morfismo, que busca representar os movimentos com as palavras.
Poemas e letras musicais possuem recortes sintáticos e rítmicos através da utilização de palavras átonas e tônicas. Portanto fica bem claro para mim que no Brasil existe uma total mistura entre matrizes populares, repertórios eruditos e tradições folclóricas!
Pare o mouse: Toda norma geral é injusta com os casos específicos, por isso existem os ajustamentos.
Fracassos & Derrotas
@ Na realidade a maioria dos campistas protagoniza momentos histéricos e não históricos.
@ Sinceramente, de determinadas pessoas é preferível receber insultos do que tributos...
@ A coluna “No Mau Sentido” recebe muitas críticas porque o humor é uma linguagem essencialmente subversiva!


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ESPAÇO LIVRE - DIOGO D'AURIOL


Frans Krajcberg

Possuo com as artes plásticas uma relação existencial e desta vez comento sobre minha visita ao Espaço Cultural Frans Krajcberg, onde existe a exposição permanente "A Revolta" de obras do genial artista polonês naturalizado brasileiro Frans Krajcberg. O nome "A Revolta" expressa o sentimento do artista com relação à destruição sem limites provocada pelo homem nas florestas brasileiras. Nesta galeria estão expostas 110 obras de grande porte, todas elas feitas a partir de restos de árvores queimadas ou derrubadas de forma ilegal. Há também exposição de fotos tiradas pelo próprio escultor, venda de livros relacionados ao artista e a possibilidade de visitas monitoradas. A principal finalidade do espaço é, de acordo com Krajcberg, a conscientização ambiental.
Para visualização de suas obras é só acessar: www.diogodauriol.blogspot.com.


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ENTREVISTA ESPECIAL: ROBERTO BARBOSA



Entre outras frases fortes o entrevistado Roberto Barbosa disse para o entrevistador Marcelo Sampaio que “Alguns seres humanos são volúveis, sórdidos e traiçoeiros”!


Aos 39 anos Roberto Barbosa malha diariamente e tem entre os seus objetivos ser um quarentão com a maturidade da idade, mas com aparência de 30 e tesão de 20. Este seu estilo “bombado” faz com que pareça irmão mais velho do seu casal de filhos.
Ter atuado como ator no Grupo de Teatro Infantil A Nossa Turma, dirigido pelo saudoso Ricardo Lavalhos, possibilitou que ele se tornasse animador cultural e mantivesse contato com manifestações populares como o jongo da Maria Anita e a Escola de Samba União da Esperança.
Naquela época conheceu o fantástico Darcy Ribeiro na inauguração da biblioteca do CIEP do Parque Santa Rosa. Do saudoso antropólogo lembra até hoje de ter ouvido, numa conversa particular, que os clássicos da literatura são verdadeiros tesouros para as crianças.
Iniciou no Jornalismo no Jornal A Cidade; passou pela Folha da Manhã (onde atualmente assina um artigo semanal) e foi correspondente do Jornal do Brasil (considerada sua grande escola), no qual assinou uma inesquecível matéria sobre a ruptura da TFP em São Paulo.
Bem antes da atual febre dos blogs, já atuava como blogueiro e mantinha um site na Internet. Desta sua atuação virtual surgiu a oportunidade de assinar a coluna “Direto do Blog” na Revista Somos Assim. Consegue viver prestando consultorias e trabalhando do computador da própria casa.
Durante o tempo que trabalhou como sub-secretário e como secretário de Comunicação Social da Prefeitura Municipal de Campos conseguiu promover acessos às minorias, abrindo mercado de trabalho inclusive. Por isso recebeu da Fátima Castro num desfile de Miss Gay a faixa de Rei da Diversidade.
Enxerga claras diferenças na forma de administrar dos três prefeitos que assessorou. “Arnaldo Vianna é carinhoso e extremamente popular, porém presa fácil das armadilhas do poder”. “Com Carlos Alberto Campista tive grande proximidade, pois apesar de ser muito técnico é um brincalhão”.
“Alexandre Mocaiber trata a todos de forma educada, o que o deixou suscetível às nefastas adulações. Com ele foi um contato mais virtual do que presencial”. Resumindo: “Na verdade com todos eles sempre preferi despachar na minha secretaria a ser um acompanhante de luxo”.
Não se importa em pagar alto preço por conviver com as tribos vítimas de discriminações. Aliás; ministrou a palestra “Democracia e Diversidade” ano passado na Universidade de Nova York e dia 8 de outubro estará falando sobre comunicação, transgressão e censura na UFES em Vitória.
Seus textos já sacudiram a política nos municípios de Campos, Macaé, São João da Barra e Varre-Sai. Credita os processos judiciais que enfrenta à dificuldade dos políticos brasileiros em conviverem com as críticas. Considera o Brasil atrasadíssimo no quesito liberdade de expressão.
Por falar neste assunto; acha um absurdo os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário se considerarem acima do bem e do mal. Chega a temer que se os ditos cujos continuarem se sobrepondo entre eles, possamos voltar a viver uma ditadura militar similar à Venezuela.
Decidiu que fará Mestrado em Ciências Sociais e Doutorado em Relações Internacionais. Quanto aos eleitores é contundente: “Engana-se quem pensa que o povo é coitadinho. Na verdade ele é o construtor de todas as mazelas. Morro de rir quando se exigem candidaturas ficha limpa, sendo que grande parte do eleitorado é ficha suja”.
Questionado acerca de uma frustração, comentou: “Ainda não ter aprendido a tocar violão”. Já sobre um orgulho, respondeu sem pensar duas vezes: “Ser filho de dona Zilda Barbosa”.


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UM POUCO DE TUDO - ELAINE OLIVEIRA


Na Veia
Acaba de estrear em Campos a banda de rock Acústico Drive, que certamente dará muito o que ouvir. Formada por Janine Raposo (voz), Lúcio Magno (voz, guitarra e violão), Gustavo Dias (baixo) e Hugo Peixoto (bateria) apresenta excelente repertório mesclando músicas nacionais com internacionais!

130° Aniversário
A pra lá de articulada Cristina Lima está coordenando a publicação do terceiro volume do livro "Poesia e Prosa para uma Homenagem", que será lançado no mês de novembro durante os festejos dos 130 anos do glorioso Liceu de Humanidades de Campos...

Cruzeiro Temático
Em 30 de janeiro de 2011 começará o primeiro encontro de motociclistas a bordo de um cruzeiro marítimo, com uma programação especial e muito rock and roll. Os interessados em curtirem bons momentos nele devem procurar a Iara Lima na CVC Wal Mart, das 15 às 21 horas, e saber maiores detalhes.

Pedida Auditiva
O carnavalesco campista Sidinho Ramos alcançou mais uma grande conquista. Como diretor do Departamento Artístico da Somsicam acaba de produzir o volume 2 do cd "O Rio Canta", com animados partidos altos e sambas de roda.






Jorginho de Ogum comemorou mais um aniversário recebendo uma legião de amigos na quadra da Mocidade Louca, com direito a bolo nas cores da referida escola de samba que ele preside muito competentemente.







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HISTÓRIAS QUE EU VI, OUVI E VIVI - NILSON MARIA


ESPORTE NO RÁDIO I


Houve um tempo em que havia diversas equipes de esportes no rádio campista. Período de ouro, com muitos profissionais empregados e ganhando dignamente o seu dinheirinho.
Chegamos a ver, ao mesmo tempo, Campos Difusora, Continental, Cultura, Cidade e A Notícia mantendo equipes próprias; numa época em que Americano, Goytacaz e Rio Branco estavam na ativa. É fácil imaginar a quantidade de repórteres, narradores, comentaristas e técnicos; pois as emissoras acompanhavam as três equipes onde quer que elas atuassem.
Naquela época, não obstante a cordialidade, era acirrada a rivalidade entre as emissoras. São impagáveis as histórias e as recordações.
Há o caso daquele narrador que, precisando de um pedaço de fio, durante a transmissão de um jogo no Rio de Janeiro, não se apertou e cortou com o alicate um fio que passava junto à sua cabine. Conclusão: tirou a Rádio Globo do ar e quase apanhou no estádio.
Esse mesmo narrador, conhecido por ser muito "desligado”, numa partida entre o Rio Branco e o Rio das Ostras, trocava sistematicamente o nome do zagueiro da equipe da Região dos Lagos, que se chamava Monsued, confundindo-o com o juiz, que se chamava Nicodemos. Lá pelas tantas, não aguentando mais os equívocos, o repórter pretendeu ajudar:
- Fulano, atenção, Nicodemos é o juiz. Esse aí é o Monsued!
O narrador não perdeu a pose:
- Ok! Obrigado pela informação. Desce o Rio Branco, corta Monsenhor.
O repórter não se conteve:
- Meu Deus, eu não aguento!
Outro fato marcante ocorreu no campo do Cardoso Moreira, onde um problema técnico impediu a abertura da transmissão da Emissora Continental. Apenas aos 20 minutos de jogo houve condição de se entrar no ar. O narrador, solene, sentou-se, acionou o cronômetro e começou a narrativa.
Quando o árbitro encerrou o primeiro tempo, ele se revoltou. Afinal estávamos com 25 minutos de jogo e ele já terminava a primeira etapa. Foi preciso o repórter esclarecer:
- 25 minutos no seu relógio... Quem mandou acionar o cronômetro apenas no início da transmissão e não no início da partida?
Atualmente, o esporte no rádio campista vive um momento de crise. Com nossos times em baixa, apenas a Campos Difusora e a Continental mantêm equipes que fazem a cobertura diária.
A Campos Difusora, com muitas dificuldades, recorre ao artifício do “geladão” para as transmissões de clássicos fora da cidade, utilizando-se do recurso da televisão. Não cabem críticas, pois muitas emissoras de ponta do Brasil têm usado esse método para diminuir os custos.
A Continental, leia-se Evaldo Queiroz, com enorme sacrifício ainda consegue manter uma equipe esportiva que tem coberto ao vivo os clássicos no Rio de Janeiro. Chegou até a acompanhar a Seleção Brasileira, inclusive, em jogos no exterior. Tem narrador, comentarista e repórter fixos no Rio de Janeiro, além da equipe em Campos. Mas o pernambucano, com certeza, tem que “matar um leão por dia”.
As passagens interessantes das transmissões esportivas do rádio campista dariam, sozinhas, um livro inteiro.
Na próxima semana contarei mais histórias.


Aposentado, radialista, apresenta o Programa Nilson Maria, de Segunda a Sexta-Feira, entre 15:00 hs e 18:00 hs, na Rádio Absoluta AM – 1.470.


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FRASE DA SEMANA, QUER DIZER DA ROSELY SAYÃO:

"Quem não tem infância, não amadurece".



Expediente:

A Revista de Campos é uma publicação semanal, atualizada sempre aos domingos. Todas as informações contidas aqui são de responsabilidade dos respectivos autores, não interferindo este veículo em suas opiniões. Ressaltamos ainda que os nossos colaboradores não possuem qualquer vínculo empregatício.

domingo, 19 de setembro de 2010

Número 8 - Domingo, 19 de setembro de 2010.


Granger Ferreira e Victor Montalvão, apresentadores da TV Litoral, lançaram excelente campanha para que volte a existir em Campos uma escultura homenageando o índio goitacá

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Ao criar esta Revista de Campos, Marcelo Sampaio desativou o Blog do Sampa que mantinha na Internet desde 2008. No entanto continuará a entregar o Troféu Cultural a uma pessoa de destaque, por ano, na cultura campista.




A jornalista Lívia Nunes alegou problemas de ordem pessoal e ficará um tempo sem publicar sua coluna "Minúcia". No entanto o espaço vai continuar à sua disposição para retornar quando achar melhor.




Os contatos estão bem adiantados para que a partir de outubro duas novas colunas estreem aqui na Revista de Campos. Serão assinadas por dois grandes e conhecidos comunicadores da nossa cidade.

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NO MAU SENTIDO - MARCELO SAMPAIO


Um mergulho introspectivo


Ultimamente tenho refletido bastante sobre algo que considero bem mais importante do que qualquer realização profissional para os seres humanos. Estou me referindo às nossas funções sociais, as quais são fundamentais para uma melhor existência pessoal.
Por isso nas minhas colunas “No Mau Sentido” desta Revista de Campos procuro sempre publicar textos que pendem para a poesia e não para a informação. Já está provado que não escrevo comercialmente e nem de forma objetiva.
Na verdade confesso que sofro do mito do eterno retorno, mas como não dá para voltar no tempo sigo em frente colocando para fora as minhas saudades. Com as palavras não desejo a efemeridade da moda e sim a eternidade do cinema!
Pare o mouse: Ando farto das pessoas que falam pelos cotovelos e não dizem nada.


Fracassos & Derrotas
@ Um amigo deste colunista diz preferir conviver com os gatos do que com os cachorros porque não conhece nenhum que seja policial...
@ Já uma amiga dele costuma dizer que a partir dos 50 anos a natureza nos abandona, pois ela nos ajuda até deixarmos de ser reprodutores.
@ Sou verdadeiramente fascinado por quem é espírito-de-porco e opta pela desobediência civil, além da insurreição!



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PEQUENO CADERNO DE ENSAIOS - CARLOS ALBERTO BISOGNO



OH! I KILL: "Mas por que você decidiu fazer um documentário sobre isso?!"



Essa é uma das perguntas mais recorrentes que ouço. O principal espanto, talvez, seja o meu envolvimento com coisas tão dissonantes com meu espírito. Foi assim quando fiz o documentário sobre o carnaval “Um ensaio de perfeição da fé (2010)” no qual também me perguntavam o que tinha a ver essa festa com a fé. Inicialmente respondia pacientemente, mas agora quero aqui formular uma resposta genérica para tudo isso...


Quando escolho fazer um documentário o faço pela simples intuição de que aquele tema ou objeto vá me proporcionar imagens que permitirão uma reflexão sobre algo mais universal e menos superficial que a simples exposição de fatos.


Eu nunca começo sabendo exatamente o que quero, apenas observo, gravo e analiso, enquanto aos poucos vou descobrindo que história contar.


No momento estou envolvido, entre produção e pós-produção, em 3 documentários: “Guerra dos Botões” (sobre o produtor de filmes pornô, Fabrício Mira), “Performance” (sobre o teatrólogo Kapi), e há uma semana iniciei as gravações de um documentário com a Banda de Indie Rock, Oh! I Kill.

Este último só foi iniciado mais pelo vago sentimento de deslocamento cultural e emocional que representam, do que por uma finalidade especifica ou programa. Com idades em torno dos 20 anos, esses jovens são os representantes de uma geração que está, aos poucos, provocando uma revolução silenciosa. Sem as bandeiras e o estardalhaço das gerações dos anos 60 e 70, mas com a mesma força poderosa de mudança, eles sabem que as normas do passado não funcionam - e as novas estão inventando sozinhos. Eles querem dar sentido à vida, e rápido, enquanto fazem outras dez coisas ao mesmo tempo. E essa “busca de significado" é a expressão que dá sentido às coisas.




Quero capturar um estado de espírito. E o primeiro elemento deste diagnóstico será saber se vão ou não entrar em contato para que eu continue invadindo suas vidas para dar vazão a minha necessidade de realizar ensaios sociológicos.



Fonte: Youtube

http://cinemabisogno.blogspot.com/
http://www.dailymotion.com/CarlosAlbertoBisogno


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ESPAÇO LIVRE - DIOGO D'AURIOL


O Processo

Já estou há um bom tempo sem escrever para a Revista de Campos e quero explicar o porquê. Estou mergulhado numa crise existencial assim como o personagem de Marcello Mastroianni no filme “Oito e Meio” de Fellini. Não tenho desenhado e o pouco que produzo não me convence, caindo em um lugar comum. Fico dias observando telas em branco na minha prancheta e nem um rabisco sai, nem um esboço de vontade para produzir qualquer coisa. Meus textos não passam de ensaios baldios e por aí vai. Não entro em contato mais com meus amigos queridos como Marcelo Sampaio e peço que as noites de sono sejam longas, mas o que tenho são noites mal dormidas e resumidas demais para o tempo que desejo passar desacordado. Não sei quanto tempo esta crise durará. De repente até eu ser premiado em outro salão de humor ou até qualquer coisa boa surgir, não sei sinceramente. Existem semanas nas quais mal saio do quarto e quando saio me sinto um sonâmbulo, um ser desbotado, fora de sintonia com o mundo. Já falaram em depressão, mas não é este o caso, não me sinto triste, me sinto vazio, o que é bem diferente. Peço desculpas a todos pela minha abrupta ausência e também agradeço publicamente ao meu amigo Marcelo Sampaio pela paciência comigo.
Visitem meu blog: www.diogodauriol.blogspot.com, lá vocês poderão ver alguns trabalhos que faço, lugares que visitei e achei interessante registrar.

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UM POUCO DE TUDO - ELAINE OLIVEIRA



Coleções Novas
Foram bem prestigiados os dois desfiles que lançaram as coleções primavera-verão 2011 de algumas lojas do Parquecentro Shopping. Quem apareceu por lá e apresentou um belíssimo vestido de noiva do seu atellier foi o consagrado estilista Nelcimar Pires.

Boa Entrevista
O jornalista Aluysinho Abreu Barbosa entrevistou para a Plena TV Zico, grande ídolo rubro-negro e atual dirigente do Flamengo. Além de informativa e com perguntas inteligentes, a entrevista em diversos momentos exalou uma emoção rara de ser vista no jornalismo...

Campeã Geral
A Cenáculo Cia. Teatral, de São João de Meriti, venceu o 13° Festival de Teatro Sacro Cristoarte realizado em São Paulo. Das nove indicações recebidas, conquistou os prêmios de Melhor Ator Coadjuvante (Leandro Fazolla) e Melhor Espetáculo ("Chiquinho").

Talento Puro
Quem ainda não ouviu a Maria Fernanda Crispim cantar, não faz idéia do que está perdendo. Ela é afinadíssima, domina perfeitamente a técnica do canto e possui um gosto maravilhoso para escolher repertórios. Em breve estará lançando o seu primeiro cd, que promete ser imperdível!





O secretário municipal de Cultura Orávio de Campos Soares entre Adeilson Trindade, diretor do Teatro de Bolso e Jorge Luis dos Santos, presidente da Fundação Municipal Zumbi dos Palmares.






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HISTÓRIAS QUE EU VI, OUVI E VIVI - NILSON MARIA




JABÁ E BIZI
A palavra “jabá” é uma das expressões mais conhecidas nos meios de comunicação do país. Ela se refere à prática, infelizmente enraizada, de alguns profissionais auferirem vantagens ilícitas, por meio de mensagens sistemáticas de apoio à pessoas e produtos que não figuram nos departamentos comerciais dessas empresas.
Toda vez que você observar um comunicador constantemente enviando um “abraço” pra fulano ou falando bem de determinado político ou produto, desconfie. Muito provavelmente, ele estará levando algum “por fora” para se incumbir dessa missão. Os proprietários e diretores dos veículos de comunicação tentam, de todas as formas, inibir essa prática, sem sucesso.
O “jabá” também se configura nas ações de alguns artistas e gravadoras que gratificam os profissionais do rádio para rodarem as músicas de seu interesse, fato que acontece, com frequência, especialmente nos grandes centros. Aqui em nossa Campos dos Goytacazes no entanto, o famoso “jabá” é conhecido por outro nome: “bizi”! É sobre isso que eu quero falar hoje.
A expressão remonta ao período áureo da Rádio Cultura de Campos, à época a única emissora de rádio de nossa cidade. A Rádio Cultura era uma grande empresa, com um elenco numeroso. Tinha sob contrato uma grande orquestra, um regional, trios, cantores, elenco de radioteatro, animadores de auditório, repórteres e locutores de estúdio.
Na fase dos programas de auditório, certa feita, o seu diretor, Dr. Mário Ferraz Sampaio, observou que, em determinado programa, diversos anúncios feitos não tinham contrato no Departamento Comercial da emissora. Por isso, educadamente, chamou o animador à sua sala. Ato contínuo, os colegas, já prevendo o assunto que seria tratado, ficaram à espreita, ouvindo a conversa.
- Meu bom cidadão, disse Dr. Mário. Ouvindo ontem o seu festejado programa, observei alguns anúncios que não estão em nosso Departamento Comercial. O senhor, certamente, deve estar de posse dos contratos e os trará à nossa emissora, certo?
O animador não perdeu a pose:
- Eu não estou entendendo sobre o que o senhor está falando, Dr. Mário.
- Por exemplo, respondeu o diretor. O Posto de Gasolina do qual o senhor falou tanto não é nosso anunciante!
- Calma aí, doutor! Eu sou repórter da Rádio Cultura. Vou a todos os lugares representando a nossa emissora para fazer as reportagens. A emissora não tem carro. Vou no meu carro. Nada mais justo que eu apanhe a gasolina no posto e retribua com publicidade no meu programa.
- Ah, então tá explicado! Faz sentido, respondeu Dr. Mário. E a Alfaiataria do João Muniz Neto, a quem o senhor se refere com muita propriedade como “a tesoura que vale um tesouro”?
A resposta foi imediata:
- Dr. Mário, eu, como repórter, entrevisto autoridades, prefeito, vereadores, deputados, juízes, etc. Tenho que me apresentar bem vestido, para representar a nossa emissora. A rádio não me dá roupas. João Muniz confecciona os ternos e eu retribuo com a propaganda.
E assim a conversa se desenvolveu, com o comunicador justificando uma a uma todas as observações do Doutor Mário Ferraz Sampaio.
No final, contudo, ele se enrolou todo. O Dr. Mário perguntou:
- E o anúncio da loja de móveis do senhor Bizinover?
Aí o astuto comunicador se complicou:
- Ah, o Bizi? Esse aí é o Bizi...
Do lado de fora, a turma gargalhava com o embaraço. A publicidade não contabilizada do patriarca da família Bizinover acabou gerando a expressão que, até hoje, é usada nos meios de comunicação de Campos.
Mais uma das peculiaridades de nossa cidade.


Aposentado, radialista, apresenta o Programa Nilson Maria, de Segunda a Sexta-Feira, entre 15:00 hs e 18:00 hs, na Rádio Absoluta AM – 1.470.



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FRASE DA SEMANA, QUER DIZER DA PATRÍCIA MELO:

"A ficção precisa ter lógica, já a realidade não".





Expediente:

A Revista de Campos é uma publicação semanal, atualizada sempre aos domingos. Todas as informações contidas aqui são de responsabilidade dos respectivos autores, não interferindo este veículo em suas opiniões. Ressaltamos ainda que os nossos colaboradores não possuem qualquer vínculo empregatício.


domingo, 12 de setembro de 2010

Número 7 - Domingo, 12 de setembro de 2010.


As atrizes Ana Carolina Berto e Raquel Cunha, protagonistas do musical "Com todas as palavras..." de Antônio Carlos Dias e Silvano Motta que esteve em cartaz no Cine Teatro São João em São João da Barra

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Ao criar esta Revista de Campos, Marcelo Sampaio desativou o Blog do Sampa que mantinha na Internet desde 2008. No entanto continuará a entregar o Troféu Cultural a uma pessoa de destaque, por ano, na cultura campista.




A jornalista Lívia Nunes alegou problemas de ordem pessoal e ficará um tempo sem publicar sua coluna "Minúcia". No entanto o espaço vai continuar à sua disposição para retornar quando achar melhor.




O artista plástico Diogo d'Auriol de novo não enviou a nova edição da sua coluna antes do fechamento de nossa revista. Vamos procurá-lo esta semana para saber o por quê deste seu sumiço.

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NO MAU SENTIDO - MARCELO SAMPAIO


Sobre o paladar – Parte Dois
Quando restaurantes fecham ou retiram alguns pratos dos seus cardápios, quase ninguém percebe que estão sendo cometidos crimes idênticos ao de se construir prédios tenebrosos em Campos. Somos formados nesse caldinho de idiossincrasias e é preciso ter orgulho da argamassa gastronômica que a todos colocou de pé.
Não podemos deixar que a vulgaridade apressada da comida a quilo acabe com este pilar da nossa civilização. Precisamos impedir que esta nova ditadura, agora dos sabores, sepulte de vez as delícias suculentas dos nossos antepassados e a apetitosa mistura das nossas tradições.
Proponho um movimento similar aos protestos quando é derrubada uma casa antiga ou quando é cortada uma palmeira imperial na cidade. Eu, nostálgico glutão assumido, posso garantir que comida é antes de tudo cultura, um informativo extremamente importante para explicar por quê somos o que somos!
Pare o mouse: Algumas mulheres não envelhecem, ficam louras.

Fracassos & Derrotas
@ Pode se fazer cinema até sem câmera, mas definitivamente não é possível fazê-lo sem fita crepe...
@ É lamentável ter que ouvir em programas televisivos campistas apresentador falando “a vernissage” e entrevistado dizendo “vareia”.
@ Vamos ser claros aqui: A descrição de uma mesma cena feita por mulher ocupa 3 páginas, já a feita por homem somente 1 parágrafo!



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PEQUENO CADERNO DE ENSAIOS - CARLOS ALBERTO BISOGNO



11'09'01 - 11 Perspectivas





No dia 11 de setembro de 2001, às 11h, com o ataque às Torres gêmeas, para muitos historiadores teve início, na prática, o século XXI. A partir daí, as mais diversos modos de vermos e lidarmos com a diversidade do nosso mundo nunca mais seriam os mesmos. Começava ali um problema de segurança e de paranoia terrorista de proporções imensuráveis, que levariam os Estados Unidos a adotar medidas coercitivas na imigração e a entrar em guerra, em busca de vingança, imediatamente, com o Afeganistão, e dois anos depois com o Iraque matando milhares de pessoas. Hipocrisia humanitária a parte, 11/09 dos norte-americanos, não foi, num pensamento simplório, um dia terrível, mas sim, cheio de esplendor histórico, catarse de uma época e eu estava feliz e emocionado por testemunhar.

O filme que cito acima trata-se de uma colagem de esplendidos Onze curta-metragens abordando diversos aspectos dos ataques terroristas aos Estados Unidos, ocorridos em 11 de setembro de 2001. Danis Tanovic e Ken Loach relacionam a data do atentado a outros acontecimentos. Tanovic lembra-se do dia 11 de julho de 1995, quando ocorreu o massacre em Srebrnica e Loach rememora que Salvador Allende foi deposto do governo chileno em 11 de setembro de 1973. Idrissa Ouedraogo realizou uma comédia reflexiva sobre Burkina Faso. Samira Makhmalbaf mostra uma professora que tenta explicar o ataque a um grupo de crianças. Sean Penn evoca a vida de uma viúva que morava à sombra das duas torres desabadas. Claude Lelouch descreve as reações de vários surdos ao evento ou que testemunharam o evento. Shonei Imamura recorre às memórias japonesas da Segunda Guerra Mundial e Mira Nair mostra os problemas das minorias étnicas. Amos Gitai dá a sua interpretação sobre o papel da mídia em uma informação de significado internacional. Alejandro González Iñárritu apresenta 11 minutos de preces na escuridão, enquanto Youssef Chahine reflete a perspectiva do Oriente Médio.

Essa é a brilhante contribuição de Ken Loach:





http://cinemabisogno.blogspot.com/
http://www.dailymotion.com/CarlosAlbertoBisogno


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UM POUCO DE TUDO - ELAINE OLIVEIRA



Noite Importante
Terça-feira, dia 14 de setembro, o advogado Carlos Alberto Redondo será promovido na Exaltação Grau 3 da Loja Maçônica Fraternidade Campista. Logo após a solenidade os maçônicos e convidados presentes degustarão um delicioso jantar...

Coluna Nova
Em termos de jornalismo on-line o Jornal Multimídia é pioneiro na região norte-fluminense. O jornalista Antônio Filho, seu criador e editor, está sempre preocupado com a qualidade das suas edições semanais. Por falar no JM, o expert em sonorização Victor Mineiro acaba de estrear uma interessante coluna lá intitulada "Musicando"!

Clima Colorido
Nos últimos dias Campos viveu um clima mais colorido do que normalmente costuma viver. Afinal de contas na segunda quinzena de agosto aconteceu o 1° Gala Gay da cidade no Parthenon, já na primeira quinzena deste mês foi realizada a 5ª Parada do Orgulho LGBT também em Guarus.

Idéia Legal
Excelente é como pode ser classificada a iniciativa da agência Kamila Viagens de oferecer um chá, com direito a uma palestra sobre cruzeiros marítimos. O referido encontro ocorreu no salão Multifestas do Parque Aurora e sua idealizadora a Kamila Passos anda recebendo muitas felicitações pela organização irretocável.







O fantástico músico e produtor musical Renato Arpoador quando concedeu entrevista ao programa "No Ritmo da Folia", apresentado pelo Marcelo Sampaio na TV Litoral.






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HISTÓRIAS QUE EU VI, OUVI E VIVI - NILSON MARIA




GARANTIDO OU CAPRICHOSO?


No início os anos 90 fui mandado pelo Banco do Brasil para Brasília, onde desempenhei funções de Consultoria Interna. Foi o melhor período de minha trajetória bancária, que me acrescentou conhecimentos e me levou a conhecer um Brasil de belezas impressionantes como o Pantanal Mato-Grossense e a Amazônia e regiões inóspitas e fora de qualquer roteiro turístico, como os interiores do Acre e de Roraima.
Em 1992 chegava eu a Manaus para a minha primeira missão no Estado. No táxi, a caminho do hotel, o motorista perguntou:
- O senhor é Garantido ou Caprichoso?
Sem entender bulufas, amarrei a cara e mandei:
- Sou Garantido, por quê?
- É pena, respondeu ele. Hoje vai ter ensaio do Caprichoso.
Pouco depois, ao chegar ao hotel é que fui entender a pergunta do taxista. O saguão estava todo decorado com publicidade de Garantido e Caprichoso, os dois Bois-Bumbás de Parintins que dividem torcida em todos os estados da região amazônica.
Nos contatos com os colegas da Superintendência e Agências do Banco pude saber mais da extraordinária rivalidade entre as duas agremiações e mais uma informação que me deixou espantado: Naquela época, início da década de 90, o sudeste do Brasil desconhecia o Boi-Bumbá, mas a CNN americana todos os anos enviava equipe para transmitir ao vivo flashes do espetáculo que acontecia numa ilha perdida no meio do Rio Amazonas, na cidade de Parintins.
Estávamos no mês de maio, quando fervilhavam os ensaios dos dois bois que atraíam em Manaus milhares de pessoas, muitas delas turistas.
Impressionou-me ver a comercialização de discos, relógios, camisas, bonés, chaveiros, etc com o símbolo dos dois.
Fiquei sabendo que haviam tentado trocar o ritmo tradicional das toadas de bois para os sambas-de-enredo e eles recusaram solenemente a proposta, ao contrário do que fizemos aqui, onde retiramos a autenticidade do nosso Boi-Pintadinho.
Naquela época a festa já tinha entre os seus patrocinadores a Coca-Cola que, ao menos nesta oportunidade, fabricou garrafas também com a logomarca do refrigerante em azul, cor do Caprichoso.
Tornaram-se freqüentes as minhas viagens a Manaus e eu aproveitava a oportunidade para colher mais informações sobre as histórias de Garantido e Caprichoso.
A pesquisa deu-me a convicção de que, a despeito de tanto sucesso, o Boi-Bumbá do Amazonas não guarda nenhuma relação com o folclore do Brasil.
Na verdade a sua existência é recente, pouco mais de 60 anos. Começou com duas famílias de maranhenses que foram morar em Parintins e fundaram lá Garantido e Caprichoso para recordar o Bumba-Meu-Boi do Maranhão, este sim autêntico e que guarda consonância com a nossa história.
A criatura cresceu tanto e ultrapassou o criador. Os enredos anualmente têm motivação nas lendas indígenas e é em torno das diversas tribos da Amazônia que gravita a apresentação dos dois concorrentes. Um erro crasso, pois, como sabemos, no Brasil, índio nunca cuidou de boi, tarefa que sempre foi reservada aos negros escravizados. Pior ainda, em Parintins, terra do Boi-Bumbá não se encontram cabeças de Boi e Vaca, mas uma bela criação de Búfalos.
Alguns anos depois fui desenvolver um trabalho na ilha de Parintins, onde o Banco do Brasil alcançava resultados financeiros desanimadores. Ao chegar lá encontrei um prédio horroroso e uma história surrealista. O projeto desenvolvido pelo Departamento de Engenharia do Banco para a reforma da Agência previa a colocação de pastilhas azuis sob as janelas do prédio e brancas, em um paredão ao lado da porta principal. Azul é a cor do Caprichoso e vermelho é a cor do Garantido. Ao ver a obra se aproximar da reta final os adeptos do Garantido iniciaram uma campanha para que todos os “vermelhos” retirassem suas contas do Banco. O Gerente era simpatizante do Caprichoso, sua filha a Cunhã-Poranga (Moça Bonita) da agremiação, mas não tivera qualquer ingerência no projeto. Pelo contrário, ponderara ao Departamento de Engenharia sobre a inconveniência de se colocar a cor de um dos dois bois na fachada do estabelecimento, em detrimento do outro.
Levou uma reprimenda, pois, afinal, o projeto arquitetônico tinha uma assinatura e não podia ser modificado. Ainda assim, corajosamente, adotou uma decisão que acalmou os ânimos e lhe deu muita dor de cabeça. Mandou retirar as pastilhas brancas do paredão e colocou no lugar pastilhas vermelhas, contentando, assim, os dois lados e acalmando os ânimos.
Esteticamente ficou horroroso e quando de minha ida até lá ele já estava respondendo a um inquérito administrativo para avaliar a insubordinação de alterar um projeto da empresa.
Em meu relatório final encaminhei para a diretoria do Banco um parecer justificando a atitude do administrador.
É que só quem vai a Parintins pode aquilatar a que nível chega a rivalidade entre Garantido e Caprichoso.
Pessoas amigas e solidárias durante todo o ano, simplesmente não se falam quando se aproxima a época dos desfiles, que acontecem na última semana de junho. Os simpatizantes de uma entidade não pronunciam o nome da outra, referindo-se, simplesmente, como “contrário”.
A cidade literalmente se divide em azul e vermelho, assim como o Bumbódromo. Entre os quesitos em julgamento está a torcida, que, desta forma, mantem-se calada quando o rival está desfilando, pois qualquer manifestação hostil redunda em perda de pontos.
Atualmente a Rede Bandeirantes tem transmitido os três dias de desfiles. São três horas por dia para cada agremiação e não se torna monótono, pois, a cada dia, os desfiles são absolutamente diferentes. Músicas, Alegorias, Fantasias, Coreografias preparadas para cada oportunidade. Mulheres lindíssimas da Amazônia prestigiadas, pois Garantido e Caprichoso não aceitam a imposição de modelos e vedetinhas em posições de honra.
Vendo aquilo tudo eu me pergunto como pode o coração da floresta produzir algo tão grandioso e espetacular que já supera em luxo e opulência os desfiles carnavalescos do Rio de Janeiro e São Paulo? Parintins hoje exporta mão-de-obra e é importante saber que todas as evoluções tecnológicas apresentadas nos desfiles destas duas cidades vêm da criatividade do caboclo amazonense.
Eu estive lá! Este ano, atendendo à minha sugestão, meu irmão foi com a esposa a Parintins conferir pessoalmente a grande festa. O parintinense se orgulha em dizer que é o maior congestionamento fluvial do mundo, com milhares de barcos de todos os tamanhos e muitos navios de turismo parados em torno da ilha.
O casal voltou impressionado! A festa de Parintins é espetáculo para ser visto e nunca mais esquecido. Ah, sim! Informaram-me que a pavorosa fachada do Banco do Brasil, nas cores vermelha e azul foi alterada de novo, desta vez para cores neutras. Menos mal!


Aposentado, radialista, apresenta o Programa Nilson Maria, de Segunda a Sexta-Feira, entre 15:00 hs e 18:00 hs, na Rádio Absoluta AM – 1.470.



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FRASE DA SEMANA, QUER DIZER DO BERNARD SHAW:

"Os capazes criam, os incapazes ensinam".





Expediente:

A Revista de Campos é uma publicação semanal, atualizada sempre aos domingos. Todas as informações contidas aqui são de responsabilidade dos respectivos autores, não interferindo este veículo em suas opiniões. Ressaltamos ainda que os nossos colaboradores não possuem qualquer vínculo empregatício.

domingo, 5 de setembro de 2010

Número 6 - Domingo, 5 de setembro de 2010.


Já está percorrendo pelo município de Campos o espetáculo de bonecos "O invencioneiro e suas criaturas", para despertar nas crianças interesse pela obra do escritor campista José Cândido de Carvalho

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Ao criar esta Revista de Campos, Marcelo Sampaio desativou o Blog do Sampa que mantinha na Internet desde 2008. No entanto continuará a entregar o Troféu Cultural a uma pessoa de destaque, por ano, na cultura campista.



A jornalista Lívia Nunes alegou problemas de ordem pessoal e ficará um tempo sem publicar sua coluna "Minúcia". No entanto o espaço vai continuar à sua disposição para retornar quando achar melhor.



Mais uma vez o artista plástico Diogo d'Auriol não enviou a nova edição da sua coluna antes do fechamento de nossa revista. Vamos procurá-lo esta semana e propor que caso não possa escrever semanalmente, que escreva de 15 em 15 dias.


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NO MAU SENTIDO - MARCELO SAMPAIO



Sobre o paladar – Parte Um
Comer sempre foi um dos maiores prazeres da minha vida. No meu caso procede totalmente a tese na qual se defende a idéia de que o primeiro registro da afetividade humana é com o alimento. Aliás, só em escrever isso já estou com o salivar indócil...
Sou descendente de famílias portuguesas, cujos índices de colesterol só não deveriam ser maiores do que a fartura de carinho que elas espalhavam ao se alimentarem. Aprendi a me alimentar com generosidade, preocupando-me em especial com o prazer.
Ficar bem na foto nunca vai ser preocupação de quem está encarando uma deliciosa bacalhoada ou qualquer outro suculento prato. Por isso não consigo entender quem se senta à mesa, repleta de rúculas e tomates secos, apenas para mostrar às outras mesas como anda na moda!
Pare o mouse: Como são desagradáveis estes tempos atuais de total evasão de privacidade.

Fracassos & Derrotas
@ Uma pessoa que ocupa relevante cargo na Secretaria Municipal de Educação falar indicamento e não indicação é dose.
@ Já perceberam que quando se trata de coisa boa a gente fala logo, mas quando é ruim quer conversar?
@ O jornalista Vítor Menezes acertou em cheio quando definiu brega como tudo que é popular e cafona todo brega que se acha chique.


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PEQUENO CADERNO DE ENSAIOS - CARLOS ALBERTO BISOGNO



INFIEL (2000): Uma elegia ao espírito Bergman: Perigosa, amarga, colérica, extasiante...



(Trolösa, 2000)


Enxergar um filme em outro sempre é experiência desagradável. Mas essa experiência se difere de perceber ecos de um diretor num filme de algum de seus pupilos, que realizam seus trabalhos de forma livre e madura, ainda que carregado da influência de um mestre. Esse é o caso de Liv Ullmann e seu Infiel, cujo roteiro foi escrito pelo saudoso Ingmar Bergman, e é baseado num episódio real da vida de seu autor.


O prefácio do filme de Ullmann serve para dar o tom da narrativa, com um pensamento de Strauss que afirma:


“Nenhum fracasso marca o inconsciente mais cruel e profundamente que um divórcio. Ele penetra no centro de toda a angústia, fazendo-a aflorar. Fere mais fundo do que a vida jamais conseguiria.”


"Infiel" é um ótimo filme que trata de um assunto sério: a traição, e desta faz uma das mais profundas análises já filmadas. É uma história ferina de relações humanas, um filme tenso onde aparecem ciúmes, escândalos, mentiras, deslealdades e paixões. Trate-se de um drama familiar que acompanha a dissolução do casamento de Markus, um maestro famoso (Thomas Hanzon) e Marianne, uma atriz (Lena Endre) que o trai com David, um diretor teatral e cinematográfico (Krister Henrickison) amigo íntimo do casal. O que parecia saudável como experiência e emoção, toma um rumo trágico e cruel, já não se sabe mais o que é certo ou errado. No fim não existem culpados, todos foram infiéis e infelizes.


“Eu sempre trago o fracasso junto comigo”


O tema é clássico no cinema e na história da humanidade. É um filme que nos revela a crueza da dor, dos silêncios desconfortáveis, das angústias mais profundas do ser humano e sua capacidade, ou incapacidade, de dar e receber amor.


Infiel não é aconselhável para pessoas sensíveis ou que andam vivendo complicações amorosas de qualquer gênero. Embora seja de uma beleza estética incomparável, com paisagens de sonho, e atores de grande presença cênica, o longa desfecha punhaladas suscessivas na moral do espectador, qualquer que seja ela. Estende a tortura ao limite do insuportável. Mentalmente a platéia pede para o que sofrimento acabe, mas ele só se agrava, nocauteando o público e deixando sua alma em frangalhos. Se as cenas ali vistas não imitassem, com tamanha fidelidade, a vida real, seria pertinente indagar: quais os desígnios de uma mente tão fria e calculista ao conceber horrores, atrocidades e crueldades desse porte?


Fico a imaginar as salas de cinema: As pessoas levantam-se das cadeiras e caminham mudas, pálidas, chocadas, até o carro. Não há o que falar. Pesadelos estão reservados para mais à noite, e uma enxaqueca, para de manhã.


É um filme contra qualquer indiferença.

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UM POUCO DE TUDO - ELAINE OLIVEIRA


No SESC
Uma das instituições mais atuantes no campo cultural em Campos é o SESC. Localizado em área estratégica, na Avenida Alberto Torres, está sempre promovendo muitos eventos. Este mês de setembro, por exemplo, vai apresentar uma mostra de teatro comédia.

1° Lugar
A Associação Cultural Teatral Nós na Rua de São João da Barra acaba de conseguir o 1° lugar com o seu projeto para o Cine Mais Cultura. O dito cujo obteve do Governo do Estado do Rio de Janeiro média 9,5, a maior entre os 51 projetos selecionados para receberem verba estadual!

Visíveis Mudanças
Anda sofrendo visíveis mudanças a programação da Unitv, canal 15 da Viacabo TV. Administrada pela Faculdade de Filosofia, a referida emissora televisiva agora está colocando no ar programas curtos que abordam diversos assuntos com uma linguagem bem jovem. Vale a pena conferir, falou?

Bom Nome
Foi muito produtiva a Conferência de Cultura do Norte do Estado do Rio de Janeiro realizada em Quissamã mês passado. Nela, que contou com cerca de 180 participantes, elegeram Kapi como representante dos agentes culturais da região. Um bom nome para representar culturalmente o interior fluminense...






A simpatia em pessoa Maria Soraya, presidente do Bloco de Samba União Feliz, comemorando mais um aniversário entre suas amadas filhas Elisângela e Franciele.






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HISTÓRIAS QUE EU VI, OUVI E VIVI - NILSON MARIA


DALWAN LIMA


Foi o melhor repórter que eu conheci em atividade no rádio campista. Dono de uma verve fácil e de um improviso fabuloso, participou de um momento mágico do rádio brasileiro, quando integrou a equipe de Carlos Pallut, na Emissora Continental do Rio de Janeiro, a pioneira do rádio verdadeiramente jornalístico, com informações em tempo integral e um slogan que marcou época: “Continental, a que está em todas!”
Dalwan peregrinou também pela Rádio Nacional do Rio e de Brasília, de onde retornou para encerrar a sua carreira e sua vida na terra natal. Torcedor fervoroso do Fluminense, Dalwan Lima era conselheiro do clube carioca e tinha trânsito livre no tricolor das Laranjeiras.
Por sua inteligência, rapidez de raciocínio e impressionante cultura geral, era adulado pelos políticos que queriam seu apoio e suas sugestões nas campanhas eleitorais.
Apesar de sua competência, Dalwan Lima não demonstrou grande visão de futuro, ao se equivocar quando respondeu ao então jovem Anthony Garotinho, que lhe dissera:
- Dalwan, ainda serei prefeito desta cidade.
Dalwan olhou para aquele menino de 17 anos e desdenhou:
- Cala a boca, menino! Vê se te enxerga! Quem é você? Aqui quem manda é Zezé Barbosa e Alair Ferreira!
Essa história eu já contei aqui, quando relatei algumas passagens envolvendo o ex-governador. Mas Dalwan tem outras histórias interessantes.
No começo de sua trajetória no rádio carioca, Dalwan Lima cometeu uma gafe, que hoje faz parte da história da imprensa. Na cobertura da procissão de Corpus Christie, Dalwan foi escalado para o posto localizado na Avenida Presidente Vargas, em frente à Central do Brasil. Na sequência de informações Carlos Pallut, o comandante, acionou o mais novo repórter:
- Vamos à Central do Brasil com o repórter Dalwan Lima.
E Dalwan, empolgado:
- OK, Pallut! Estamos aqui na Central do Brasil, à espera da passagem de Corpus Christie para que possamos entrevistá-lo com absoluta exclusividade para a nossa emissora.
Pallut não se conteve:
- Entrevistar Corpus Christie? Essa é demais, Dalwan!
Outro episódio marcante da carreira de Dalwan foi o seguinte: conta-se que surgiu dele o slogan do Conhaque de Alcatrão de São João da Barra. No México, falava-se que a imagem de N. Sra. de Guadalupe estaria produzindo milagres e a Emissora Continental do Rio de Janeiro o enviou aquele país para fazer algumas reportagens sobre a Santa.
Ao retornar, no aeroporto, Dalwan Lima trazia dois garrafões pesados com um líquido transparente. Na passagem pela alfândega foi interceptado:
- O quê o senhor leva aí?, perguntou o fiscal.
- Posso explicar, senhor. Eu sou Dalwan Lima, repórter da Emissora Continental e estou voltando do México, onde Nossa Senhora de Guadalupe está protagonizando incríveis milagres. Daí eu trouxe esses dois garrafões de água-benta para a minha mãezinha, respondeu Dalwan.
O fiscal aceitou de pronto, liberou Dalwan que, ao passar, tropeçou, caiu e deixou quebrar os dois garrafões. Na mesma hora, exalou um odor inconfundível e o fiscal bloqueou a passagem dele:
- O senhor disse que era água-benta, mas isso é tequila!
E Dalwan, sem perder a pose:
- Tequila? Então é milagre, milagre de Nossa Senhora de Guadalupe.
Ao saber da história, o publicitário Hernon Viana, dono da Publinews, detentora da conta publicitária da Indústria de Bebidas Thomás de Aquino, criou na hora a campanha e o slogan do “Conhaque do Milagre”.
Para uma grande geração de radialistas, entre os quais eu me incluo, Dalwan Lima foi um mestre, fantástico profissional, com sua voz metálica, facilidade de argumentação e inteligência nas reportagens. Deixou saudades no rádio.


Aposentado, radialista, apresenta o Programa Nilson Maria, de Segunda a Sexta-Feira, entre 15:00 hs e 18:00 hs, na Rádio Absoluta AM – 1.470.


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FRASE DA SEMANA, QUER DIZER DO SAMUEL BECKETT:

"Para ser fiel a um autor é preciso traí-lo".



Expediente:

A Revista de Campos é uma publicação semanal, atualizada sempre aos domingos. Todas as informações contidas aqui são de responsabilidade dos respectivos autores, não interferindo este veículo em suas opiniões. Ressaltamos ainda que os nossos colaboradores não possuem qualquer vínculo empregatício.


domingo, 29 de agosto de 2010

Número 5 - Domingo, 29 de agosto de 2010.


A nossa primeira Entrevista Especial é nada mais nada menos do que com o irreverente advogado Ivan Granato, o qual provou definitivamente não ter mesmo "papas na língua"


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Ao criar esta Revista de Campos, Marcelo Sampaio desativou o Blog do Sampa que mantinha na Internet desde 2008. No entanto continuará a entregar o Troféu Cultural a uma pessoa de destaque, por ano, na cultura campista.



A jornalista Lívia Nunes alegou problemas de ordem pessoal e ficará um tempo sem publicar sua coluna "Minúcia". No entanto o espaço vai continuar à sua disposição para retornar quando achar melhor.



O jornalista Paulo Ourives nos enviou um comentário informando que acaba de disponibilizar na Internet o vídeo "Samba-Enredo como marketing político no Carnaval de Campos - Olhar de cumplicidade e omissão da imprensa", o qual serviu como seu Trabalho de Conclusão do Curso de Bacharelado em Comunicação Social. Os interessados em assisti-lo podem acessar http://www.youtube.com/watch?v=AIhpEOW9Uys (1ª parte) e http://www.youtube.com/watch?v=WWSNQXeiNNQ (2ª parte).


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NO MAU SENTIDO - MARCELO SAMPAIO



Três grandes fases
Acho que atualmente talvez esteja com o melhor grupo de orientandas que já orientei. Não só os assuntos das suas dissertações de Mestrado são interessantes, como elas possuem uma considerável bagagem cultural e estão ávidas para aprender cada vez mais...
Dia desses conversando com duas delas acabamos divagando e entrando nas pra lá de curiosas relações humanas. Para ser bem preciso, nos relacionamentos entre homens e mulheres que parecem inesgotáveis fontes de reflexões das mais variadas.
Após horas de muitas colocações e análises, chegamos meio que a um consenso. Concluímos que a vida humana se divide em três significativas fases que são a masturbação, a maconha e a meditação. Porém a maioria das pessoas não consegue chegar à última!
Pare o mouse: A decepção é a raiva dos fracos.

Fracassos & Derrotas
@ Determinado empresário se orgulhar de ter trazido um conceito de Barra da Tijuca para Campos é o mesmo que afirmar o mau gosto do seu empreendimento.
@ Há tempos eu descobri que uso a minha memória muito mais para esquecer do que para lembrar...
@ Não se deixe iludir leitor: Todo filme é falso, assim como toda literatura é mentira!


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PEQUENO CADERNO DE ENSAIOS - CARLOS ALBERTO BISOGNO



Sobre o Pólo de Cinema de Campos


Durante a Audiência Pública na Câmara de Vereadores que discutiria, em dezembro de 2009, a implantação do Pólo de Cinema na região, fui indicado para representar o pensamento de um pequeno, mas importante grupo que nasceu através de uma iniciativa da pró-reitoria de extensão da UENF e que tem trabalhado para ver desabrochar em nossa cidade a apreciação e produção de cinema, a forma artística que considero a mais completa, por conter em si, mesmo que subjugadas por uma linguagem própria: a literatura, a música, as artes cênicas e visuais.


O audiovisual enquanto mecanismo de representação do real, ao veicular pontos de vista, contribui para a manifestação da variedade de olhares. Aqui, creio ser importante lembrarmo-nos do conceito de perspectiva, que pode ser descrita como a arte de representar em uma superfície plana as coisas da maneira que as vemos. Assim sendo, as produções de imagens e sons, realizadas apoiando-se em determinada perspectiva, como é quando nos deparamos com uma produção fílmica, servem para fundamentar a importância, a meu ver, de se ter o cinema como prática de se lançar livres olhares, de ser livre e experimentar o mundo. É uma ferramenta que propicia a supressão de estereótipos e categorias redutoras que tanto limitam o pensamento humano e a prática da educação.


Cabe também dizer aqui neste ponto que criar um Pólo de Cinema, não é como muitos imaginam, construir estúdios milionários, mais sim um conjuntos de mecanismos que viabilizem e incentivem a produção audiovisual. Um Pólo de Cinema não é uma instituição ou lugar como erroneamente insinua a expressão, é um projeto.


A região tem passado por transformações importantes nas últimas décadas e essas mudanças econômicas e políticas estão relacionadas com um processo mais geral de transformações que ainda tendem a se intensificar.


Portanto elaborando e incentivando projetos que busquem criar uma cultura, entre outras, de produção e consumo audiovisual em Campos, não se está incentivando apenas um projeto específico, mas sim o desenvolvimento de diversos setores da sociedade como a economia e a educação que devem e precisam acompanhar estas transformações.


O cinema, imagem em movimento, vai muito além da sua superficial função de entretenimento, ele suscita pensamentos, propõem-nos modelos e comportamentos, condicionam de uma forma positiva ou negativa a nossa atitude e concepção do mundo. É deste fenômeno tão abrangente que tratamos.


Espera-se por parte das entidades de ensino e governamentais, uma tomada de posição objetiva na defesa dos valores em que se prezem a liberdade de expressão e a liberdade de consumo da arte. O Homem enquanto ser criativo, expressivo, sensível e equilibrado, não pode ser afastado/alijado do entendimento do cinema. O cinema não deve ser um produto formatado pela televisão – esta mídia é maior que a mídia televisa, não só em tamanho, mas em qualidade visual, intelectual e artística.


Temos todos sonhado com o desenvolvimento sustentado da nossa cidade. Desenvolvimento que signifique prosperidade para todos, que signifique oportunidades iguais para todos. Que signifique a inclusão de todos. Um sonho simples. Um sonho claro. Um sonho que deve ser um compromisso. Compromisso que, se firmado, pode se tornar realidade.


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Nota de rodapé: De dezembro de 2009 até então parece ter estagnada a tentativa de início do Projeto do Pólo de Cinema, em parte pelas eleições e pelo conturbado momento político na cidade. No entanto, boa parcela da letargia se deve à falta de real vontade por parte de todos de que as coisas avancem. Eu continuo fazendo a minha parte!


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ENTREVISTA ESPECIAL: IVAN GRANATO



Entre outras pérolas o entrevistado Ivan Granato falou para o entrevistador Marcelo Sampaio que "Cirurgia plástica não melhora nada, aleija"!


67 anos nascia Ivan Granato, filho do meio de uma família campista de classe média, cujo primeiro emprego como auxiliar de escritório teve o salário achatado por conta da recessão econômica causada pela Ditadura Militar no Brasil.
Trabalhou como contador prático antes de se formar num curso de técnico em Contabilidade e só mais tarde colou grau em Advocacia na tradicional Faculdade de Direito de Campos. Atualmente está aposentado, porém disposto como nunca.
Ainda jovem montou o conjunto Blue Star, ao lado do amigo e mecânico Pedro Franco, no qual tocava bateria. O dito cujo se apresentou em muitos bailes de formatura do antigo IEPAM e fez um tremendo sucesso com as normalistas daquela época.
Como baterista acompanhou diversas vezes o cantor Jean Carlos, que era cego, no Ginásio Olavo Cardoso do Automóvel Clube e na “zona” Paraíso Perdido perto da Estação Leopoldina. Perdeu as contas de quantas vezes foi de Kombi curtir domingos com “putas” no litoral sanjoanense.
Apesar de hoje em dia já ser avô, mantém quase que intocável o seu jeito pra lá de moleque. Esta sua molecagem faz dele a principal estrela do quadro de debates do programa apresentado pelo Nilson Maria na Rádio Absoluta AM, de segunda a sexta-feira.
Ao ser perguntado sobre ter implantado uma prótese peniana, respondeu: “Minha diabetes prejudicou meu desempenho sexual e quando tomei Viagra tive uma insuportável enxaqueca. Gastei muito com médicos e sem dúvida alguma aquela foda do 'azulzinho' foi a trepada mais cara que dei na vida”.
No entanto faz questão de informar, segundo ele aos muitos interessados, que junto ao “novo pênis” tem que estar o desejo mental. Em relação ao sexo é taxativo: “Sem tesão não dá para viver”. Mais lacônica, só a sua opinião a respeito da Justiça atual no Brasil: “Já foi séria”.
Entre as diversas histórias que contam sobre ele existe a do fã-clube que teria fundado para Roberta Close. Afirma que tudo não passou de uma sacanagem com alguns amigos freqüentadores do Bar Estrela, que se localizava no Centro da cidade em frente a um Cartório.
“Tirei uma foto da turma reunida numa 'bebedeira' e enviei-a para o Jornal Última Hora, informando que todos eram grandes admiradores da beleza do referido travesti. Assim que foi publicada deu a maior confusão, pois as mulheres deles queriam se separar e eles me baterem”.
Desde criança gosta de desenhar, mas agora tem pintado telas a óleo. Seu estilo é realista, o que não o impede de incursionar pelo abstracionismo. Deve tratar-se de influência do irmão caçula Ivald Granato, artista plástico consagrado a nível internacional.
Por falar nisso, uma “paisagem” sua está exposta no Palácio da Cultura. Nos seus planos estão terminar o curso de pintura que faz e voltar a tocar bateria. Quanto ao lazer continua um pé-de-valsa inveterado, porém frisa: “Danço como nos antigos convívios sociais, não a ridícula dança de salão”.
Questionado acerca de uma frustração, comentou: “Não ter mais 15 anos para realizar as loucuras que não consegui realizar”. Já sobre um orgulho, falou: “Ter conseguido me formar num curso superior sem perder a espontaneidade. Jamais me privei de falar puta-que-pariu, porra, cacete e merda”.


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ESPAÇO LIVRE - DIOGO D'AURIOL


O Desejo da Virgem

Juju, como era mais conhecida na baixada campista, sonhava em se casar virgem. Seu enxoval fora preparado precipitadamente quando ainda criança: toalhas de crochê com bordados encerrando o mimo, fita de cetim cor pastel, etc. A adolescente de quatorze anos não era bonita nem feia, uma púbere de traços delicados e corpo esguio.
A moça nunca saiu da sua localidade até o dia em que sua madrinha, que não a visitava desde que ela tinha dois anos de idade, veio visitá-la aproveitando a vinda à cidade por razão da doença terminal da mãe.
A madrinha convenceu a comadre a levar a afilhada ao Rio de Janeiro para passar duas semanas com ela, já que a vinda à região coincidia com as férias escolares da jovem. Depois de relutar um pouco, a mãe concordou com a viagem, fazendo mil recomendações à filha e a comadre.
A púbere ficou embasbacada quando pôs os pés em Copacabana. Toda a gente nua emoldurada naquela paisagem inebriante ofegou a pobre que não fechava os olhos sequer para piscar.
Quando voltou à casa, ela invariavelmente não era mais a mesma. Ouvira muita coisa sobre sexo e Carnaval no Rio e quando se ouve muito sobre sexo e Carnaval a pessoa nunca mais é a mesma. A donzela ainda mantinha o sonho de se casar virgem, mas agora era atiçada pela curiosidade do sexo. Não quer dizer que o interesse não existia antes da viagem, porém agora era no ritmo do samba e da folia.
A menina febril encharcava os lençóis todas as noites. Sua mãe já pensava em levá-la ao doutor, mas ficava envergonhada só em pensar como descreveria a enfermidade. Juju sentia-se atraída por todos os garotos, principalmente por aqueles que andavam sem camisa, mas dissimulava o olhar, para não os fitar, preservando a discrição.
Na localidade onde a impúbere residia andava um adolescente conhecido como Mudinho. Rapaz feio de vinte e poucos anos e que todos achavam que por ser mudo também era louco. Juju começou a observar o rapaz com outros olhos e seus pensamentos já não correspondiam à sua religiosidade: Quem acreditaria em um mudo-louco e ainda por cima muito feio?
Por estas e outras a jovem vivia mais absorta que de costume. Certo dia ofereceu um pedaço de doce de abóbora ao Mudinho que passava por seu portão. Ele de pronto aceitou e pediu um pouco de água gesticulando. Ela o convidou para entrar. Pediu para ele ficar ali na sala aguardando enquanto ia à cozinha. Quando voltou estava despida. Seu corpo moreno preservava os brancos da bermuda e da camiseta. O doido ficou literalmente mudo. Ela se jogou para cima dele que de louco não tinha nada. Mas Juju na última hora fez uma exigência apontando para o ânus: só faria sexo anal para preservar a virgindade da vagina.


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UM POUCO DE TUDO - ELAINE OLIVEIRA


Em Cartaz
Estará em cartaz no Cine Teatro São João em São João da Barra, de 2 a 12 de setembro, o musical "Com todas as palavras..." de Antônio Carlos e Silvano Motta. O ingresso, muito convidativo, custa apenas 5 reais!

Com Diferencial
Foi encenado no Teatro do SESC o espetáculo "Dirigir-se aos homens" com o ator Wilmar Amaral. O diferencial ficou por conta do interessante bate-papo que rolou após a sua encenação...

Mais Presentes
Esta colunista almoçou hoje pelos ares sanjoanenses e observou algo por aquelas bandas. Percebeu que os veranistas estão começando a ir mais para lá durante o ano todo e não apenas no verão.

Boa Idéia
Cláudio Santos, José Lobo e Júlio Lopes foram felizes ao publicarem o livro "Bicicleta - A cara do Rio". O referido trabalho literário teve coquetel de lançamento na tradicionalíssima livraria campista Ao Livro Verde.











Elen Souza e Fernanda Lima, filha do brilhante criminalista Carlos Alberto Redondo, duas das mais belas presenças femininas no recente baile da OAB realizado em Campos.











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HISTÓRIAS QUE EU VI, OUVI E VIVI - NILSON MARIA


SAUDADE DOS ANTIGOS CARNAVAIS


Eu ainda alcancei o período no qual Campos tinha um carnaval maravilhoso com luxo, beleza e participação de todas as camadas sociais. Tenho a sensação de que as praias eram mais distantes, as estradas piores, de tal forma que a classe média ficava na cidade e participava, dando um colorido especial ao carnaval de rua e de clubes. Não havia, ainda, sido instituída a ditadura do Trio Elétrico e tudo era mais espontâneo.
Morador do centro da cidade, recordo-me, com saudade, das cadeiras colocadas nas calçadas para apreciar o Corso, desfiles de carros fantasiados, transportando foliões que cantavam e dançavam. Há poucos anos, quando recebi a incumbência de tentar recuperar o carnaval campista, obtive sucesso ao ver os horários dos desfiles rigorosamente cumpridos, ao contrário do que vinha acontecendo e do que, lamentavelmente, voltou a acontecer no atual governo. Desesperei-me, contudo, pela ignorância de uma procuradora da Prefeitura que vetou o pagamento de prêmio para o melhor carro fantasiado, concurso que instituí para tentar reviver o Corso, simplesmente porque, segundo ela, desconhecia completamente o significado da palavra e o sentido do evento.
Começando ainda no rádio, lembro-me do centro da cidade apinhado de gente nas manhãs de domingo de carnaval para assistir aos bois pintadinhos, blocos de sujos e blocos de embalo, além das bonecas e do famoso jaguar. À noite, a multidão voltava para ver as Batucadas, os Blocos de Escudo, os Ranchos, os Cordões e as Grandes Sociedades. Era indescritível o espetáculo mostrado por Macarrones e Clube Tenentes de Plutão, duas das Grandes Sociedades que desfilavam com alegorias colossais e mulheres lindíssimas.
O passar dos tempos foi mudando o perfil do carnaval e dos carnavalescos. Acabaram-se as Grandes Sociedades, os Ranchos, Blocos de Escudo e Cordões Carnavalescos. Retiraram a autenticidade dos Bois Pintadinhos, alterando-lhes o ritmo tradicional e os transformando em Bois de Samba.
Na mudança do perfil de nosso carnaval, teve grande importância o intelectual Vilmar Rangel. Ele era diretor do Departamento de Turismo da Prefeitura quando decidiu organizar melhor os desfiles de rua que, segundo ele, estavam soltos demais. Foi sua a iniciativa de criar a primeira passarela do samba, “encaixotando” os desfiles na Beira-Rio, entre o Obelisco e a Praça das Quatro Jornadas. Foi também sua a iniciativa de construir pequenas arquibancadas de madeira, visando dar mais conforto ao público bem como instituir o concurso para os Bois Pintadinhos, que, até então, desfilavam de maneira livre, sem competição entre eles.
Aos poucos os Blocos de Escudo e os Ranchos entraram em decadência e se extinguiram. Os Cordões Carnavalescos, manifestação típica da região, que representavam tribos indígenas, sofreram uma constante perseguição da imprensa, comandada pelo radialista Herval Gomes, em função das brigas que protagonizavam anualmente no centro da cidade.
Hoje, para mim, tudo é saudade! Lembro-me das artimanhas de Dagval Brito, conhecido como “a raposa do carnaval”, por seu espírito ardiloso, capaz de mandar os destaques de sua Escola de Samba, após desfilarem, dar a volta por fora da passarela e retornar à pista para dar aos jurados a impressão de um contingente superior ao que verdadeiramente estava trazendo. Ou então, fingindo solidariedade, diretor da União da Esperança, infiltrar-se na concentração da Mocidade Louca e apanhar as bandeiras da escola e do enredo, entregando-as, respectivamente, ao segundo e ao primeiro casal de mestre-sala e porta-bandeira. Induzindo.com isso, os jurados a julgar equivocadamente o quesito, o que, inclusive, custou o carnaval à Mocidade. Para quem não sabe, dos casais de mestre-sala e porta-bandeira conta pontos o que leva a bandeira oficial da escola e não a que representa o enredo da agremiação.
Também naquela época, Benedito Caetano, diretor do Cordão Carnavalesco Temor do Norte, anunciou uma grande homenagem ao jornalista Nicolau Louzada, então secretário do governo de Zezé Barbosa. Ficamos todos à espera quando o Cordão começou a entoar a monótona melodia que tinha um refrão incrível:
“No Turismo nós temos o Louzada
Trabalhou o ano inteiro
E até agora não fez nada”.
Os repórteres das emissoras de rádio e jornais rolavam no chão de tanto rir e o Louzada ficou furioso com a “homenagem” perpretada por Benedito.
Ao passar diante da imprensa, os microfones se amontoavam diante de Benedito, que justificou a letra com a sua ingenuidade:
- Prometemos e cumprimos com a nossa homenagem ao grande Nicolau Louzada.
Perguntado sobre a afirmação, na música, de que Nicolau, após tanto tempo no cargo, ainda não fizera nada, justificou para delírio dos colegas:
- Gente, isso é forma de dizer, porque foi a única rima que eu achei pra Louzada...
Naquela época, os clubes promoviam bailes noturnos e matinês com orquestras. Isso não era privilégio dos chamados clubes da alta sociedade, pois também os mais populares realizavam os mesmos eventos com grande sucesso.
Como a população da cidade era muito menor e o carnaval nos clubes e nas ruas recebia muito mais gente, a pergunta é inevitável. O quê aconteceu? Mudou o perfil do campista? Mudou o perfil do carnaval? O quê se vê hoje é um carnaval “encaixotado”, que acontece apenas na avenida, sem brilho, sem organização, frequentemente sem público. Os clubes sociais, da mesma forma, não têm condições de realizar seus bailes por falta de público e em função dos extorsivos valores cobrados pelo ECAD para a realização dos eventos.
Como dizem que “quem vive de passado é museu”, não adianta lamentar, mas, tão somente, adequar-me aos novos tempos e ir para a praia correr atrás do Trio Elétrico. Ou não?


Aposentado, radialista, apresenta o Programa Nilson Maria, de Segunda a Sexta-Feira, entre 15:00 hs e 18:00 hs, na Rádio Absoluta AM – 1.470.


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FRASE DA SEMANA, QUER DIZER DO LUÍS DE CAMÕES:

"Estou em paz com a minha guerra".



Expediente:

A Revista de Campos é uma publicação semanal, atualizada sempre aos domingos. Todas as informações contidas aqui são de responsabilidade dos respectivos autores, não interferindo este veículo em suas opiniões. Ressaltamos ainda que os nossos colaboradores não possuem qualquer vínculo empregatício.

domingo, 22 de agosto de 2010

Número 4 - Domingo, 22 de agosto de 2010.


Ana Botafogo e Marcelo Misailidis serão as grandes presenças do I Congresso Municipal de Dança que será realizado dias 27, 28 e 29 deste mês no Teatro Municipal Trianon

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Ao criar esta Revista de Campos, Marcelo Sampaio desativou o Blog do Sampa que mantinha na Internet desde 2008. No entanto continuará a entregar o Troféu Cultural a uma pessoa de destaque, por ano, na cultura campista.


A jornalista Lívia Nunes alegou problemas de ordem pessoal e ficará um tempo sem publicar sua coluna "Minúcia". No entanto o espaço vai continuar à sua disposição para retornar quando achar melhor.


O artista plástico Diogo d'Auriol mais uma vez não enviou em tempo hábil a nova edição da sua coluna "Espaço Livre". Ele deve estar com dificuldades de cumprir o que combinou conosco.


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NO MAU SENTIDO - MARCELO SAMPAIO


De novo comigo

Há muito tempo não falava com Atanagildo Monteiro de Carvalho. Para ser um pouco mais exato, desde que deixei de publicar a coluna “No Mau Sentido”. Porém, felizmente, ele ficou sabendo do lançamento da Revista de Campos e fez contato comigo.
No telefonema que me deu disse que tem refletido bastante sobre Portugal e Espanha depois da longa temporada passada na Península Ibérica. Entre outras no mínimo curiosas constatações, concluiu que mais vale um meio português do que um espanhol inteiro.
Quase ao fim da nossa conversa, que durou cerca de duas horas, elogiou este novo espaço virtual e falou para que eu não tente parecer mais desconectado do que realmente sou. Finalizou afirmando que continua se orgulhando de ser um especialista em assuntos gerais.
Pare o mouse: A melhor idéia de paraíso é ninguém!

Fracassos & Derrotas
@ Grande parte das histórias que contam a meu respeito eu não vivi. Mas tenho a vantagem de combinar com a maioria delas...
@ As pessoas não deveriam precisar de qualquer aval para o que falam. Até porque falou, está falado.
@ Atenção, atenção, atenção! Descobri que tem gente falando bem de mim pelas minhas costas. Que absurdo, não?

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PEQUENO CADERNO DE ENSAIOS - CARLOS ALBERTO BISOGNO


Guerra dos Botões




A Guerra dos Botões/La Guerre des Boutons
De Yves Robert, França, 1962.
Com Gibus, Jacques Dufilho, Jean Richard, Pierre Trabaut, Michel Galabru
Roteiro Yves Robert e François Boyer
Baseado no livro de Louis Pergaud
Fotografia André Bac
Música José Berghmans
Produção Guéville
P&B, 90 min

As vésperas de começar a montagem de um documentário polêmico que será o dedicado à figura do produtor de vídeos pornográficos Fabrício Mira e sua obra; senti a necessidade de divagar sobre o significado deste filme, mesmo que de fato não o explique e nem pretenda isso (e bem sabem os que me conhecem).
Guerra dos Botões, o documentário, feito a partir de imagens de bastidores (sem a intenção de explorar nudez ou sexo) e depoimentos dos personagens que fizeram a história da polêmica que rasteja por trás dos pudores, tem como inspiração para seu título a referência feita por Fabrício Mira a um filme que o marcara.
Dirigido pelo francês Yves Robert e lançado em 1962, “La Guerre des Boutons” é um dos melhores filmes sobre a infância – e um dos grandes panfletos pacifistas – da história do cinema.
“O que está em jogo na guerra? Botões, cintos, suspensórios, cadarços de tênis.”
Acho fundamental acrescentar que os garotos em guerra têm algo entre 7 e 12 anos; que os pequeninos vilarejos onde se passa a história são separados por mato, área rural, pequenas estradas de terra e que seus habitantes são camponeses bem pouco letrados, não são miseráveis, mas estão no limite e são broncos.
É extraordinariamente bem feito, este “La Guerre des Boutons” (1962) onde o diretor esbanja talento, competência; sua câmara faz babar qualquer um que goste de cinema. Ele usa tudo o que havia sido inventado, tudo que a linguagem do cinema permite. Faz travellings fascinantes dos garotos correndo entre as árvores, perseguindo uns aos outros; joga a câmara no chão para filmar de baixo para cima os rostos dos meninos reunidos em torno do local onde construirão sua cabana, ou seja, em torno da própria câmara; inverte a posição, bota a câmara lá em cimão e faz tomada em plongée; alterna planos gerais com planos americanos com close-ups.
Os pequenos se enfrentam com espadas de madeira e estilingues e haverá então uma escalada, como em geral acontece nas guerras dos adultos; haverá crueldade, prisões, delação, traição, e armas cada vez maiores e mais poderosas.
Tem inocência aí, garoto? Inocência. O que será que pensariam deste filme os garotos e garotas de hoje? Fiquei me perguntando isso durante alguns momentos. É tão distante dos garotos de hoje. Sei lá. Mas é de fato emocionante ver como se conseguiu juntar inocência e a semente das crueldades maiores nesta bela fábula.


http://cinemabisogno.blogspot.com/
http://www.dailymotion.com/CarlosAlbertoBisogno


Notas de rodapé: Boulevard Shopping Campos é o primeiro do segmento feito em Campos dos Goytacazes que contará com salas de cinema digital e 3D. O projeto está programado para inaugurar em abril de 2011.


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UM POUCO DE TUDO - ELAINE OLIVEIRA



Realmente Imperdível
Domingo, dia 29 de agosto, vai acontecer um show em homenagem ao saudoso compositor campista Wilson Batista. O dito cujo será no palco do Teatro de Bolso, às 19 horas, com a cantora Maria Fernanda acompanhada do Grupo Ébano e comentários do jornalista Chico de Aguiar.

Lançamento Regional
Foi sucesso absoluto o coquetel acontecido na Clínica Pelle no último dia 17. Na oportunidade a dermatologista Ana Maria Pellegrini apresentou aos inúmeros convidados o recém-adquirido Velashape plus; consagrado aparelho para redução de medidas, celulite e flacidez!

Bem Versátil
O excelente músico Alan Rocha mostrou todo seu talento no Espaço Cultural Sérgio Porto semana passada. É que lá naquele espaço no Rio de Janeiro rolou o show Capoeira Popular Brasileira com diversas atrações e a direção musical dele, que também assinou os arranjos além de ter tocado cavaquinho...

Para Dançar
Muita gente já confirmou presença no evento que sacudirá o Clube de Regatas Saldanha da Gama sábado próximo, dia 28. Afinal de contas o presidente Mário Arêas Filho vai promover a Festa Sertaneja com o Grupo Melhor de 3, que virá especialmente de Minas Gerais animar a referida noite.





Essas foram as beldades que jogaram pelo time do colunista social Fábio Abud, que teve como técnico Marcelo Sampaio, e se sagraram vice-campeãs do "Modelo É Gol" deste ano disputado no 13 de Maio Soccer Club.





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HISTÓRIAS QUE EU VI, OUVI E VIVI - NILSON MARIA



GAROTINHO

Eu o conheci começando a vida aos 15, 16 anos de idade dando seus primeiros passos no rádio. Desde então, trazia duas características que o acompanham até hoje: a impetuosidade e a coragem.
Naqueles tempos, iniciando-se na narração esportiva, pensava em mudar o mundo e lutava contra as injustiças sociais. Recordo-me bem de um Festival de Música em que fez todo mundo cantar o refrão de sua música Clarissa: “Liberdade é uma menina, que nunca visitou a América Latina...”
Era o período de chumbo, em que praticamente todos os países sul-americanos estavam submetidos a ditaduras militares. O título da música viria, depois, batizar sua filha mais velha.
Daquela época lembro-me de que, muitas vezes, ponderei com ele para deixar de usar o nome “Garotinho” e passar a adotar o seu nome de batismo: Anthony Matheus.
Em minha ignorância dizia:
– Meu filho, Garotinho já tem na Rádio Globo. Com esse nome você não vai chegar a lugar nenhum! Você tem nome de artista: An-tho-ny Ma-theus!
O destino provou que ele era um gênio, e eu um analfabeto político, pois insistiu no apelido e venceu com ele.
Os proprietários das emissoras de rádio daquela época usavam o artifício de contratá-lo para conseguir arrancar mais dinheiro da Prefeitura. Com sua língua ferina, Garotinho demolia os adversários e eles procuravam as emissoras com ofertas generosas para que o demitissem.
Foi então que, no carro da emissora, ao sair da cidade em direção ao Rio de Janeiro para irradiar um jogo de futebol, Garotinho, num exercício de futurologia vaticinou para o falecido repórter Dalwan Lima, que iria comentar a partida:
- Presta atenção, Dalwan! Eu ainda vou ser prefeito desta cidade.
Dalwan olhou para aquele menino de 17 anos e desdenhou:
- Vê se te enxerga, menino! Quem manda nesta cidade é Zezé Barbosa e Alair Ferreira!
O tempo provou que Dalwan, assim como eu, era também um analfabeto político.
Conta-se, eu não ouvi, apenas soube, que, quando se iniciava no rádio esportivo, Garotinho teria encerrado a transmissão de uma partida iniciada às 15 horas e, em alto estilo, passou a palavra para o narrador titular que iria irradiar o jogo que se iniciaria às 17 horas:
– E vem aí, na sequência do futebol-show da Difusora a A-PO-TE-O-SE do futebol do Brasil...
Na técnica o operador de áudio colocou a vinheta do outro narrador, conhecido por seu mau humor e o chefe entrou falando irritado:
- Apoteose é a senhora sua mãe! Mais respeito, Garoto, futebol é coisa séria...
O cidadão entendeu errado e teria interpretado mal a apresentação criativa de Garotinho.
Do período das vacas magras, Garotinho guarda uma amizade até hoje reconhecida. Trata-se de José Carlos, o popular Ferrugem. Repórter do Show do Garotinho, Ferrugem demonstrava uma fidelidade canina: quando Garotinho estava empregado, ele também trabalhava; quando Garotinho era demitido, Ferrugem saía junto.
Por isso mesmo, foi natural a empolgação quando Garotinho, eleito prefeito de Campos, retomou o seu programa na Emissora Continental.
Num determinado dia, o repórter Ferrugem estava no bairro do IPS fazendo a entrega de uma cadeira de rodas. Vibrando, Ferrugem acabou extrapolando:
- É isso aí, prefeito Garotinho, essa família emocionada agradece primeiro a Deus e depois a você, prefeito Garotinho, por essa cadeira de rodas! Você acabou com os coronéis da política de Campos, que agora só tem um verdadeiro Coronel... que é você, prefeito Garotinho!
No estúdio, Garotinho gritava e gesticulava para o operador, espumando ódio:
- Corta, corta!

Aposentado, radialista, apresenta o Programa Nilson Maria, de Segunda a Sexta-Feira, entre 15:00 hs e 18:00 hs, na Rádio Absoluta AM – 1.470.

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FRASE DA SEMANA, QUER DIZER DO WILLIAM KENNEDY:

"Minha memória é meu mundo".





Expediente:

A Revista de Campos é uma publicação semanal, atualizada sempre aos domingos. Todas as informações contidas aqui são de responsabilidade dos respectivos autores, não interferindo este veículo em suas opiniões. Ressaltamos ainda que os nossos colaboradores não possuem qualquer vínculo empregatício.