domingo, 26 de setembro de 2010

Número 9 - Domingo, 26 de setembro de 2010.


A nossa segunda Entrevista Especial é com o destemido jornalista Roberto Barbosa, que soltou o verbo sobre delicados assuntos relacionados à política em Campos


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Ao criar esta Revista de Campos, Marcelo Sampaio desativou o Blog do Sampa que mantinha na Internet desde 2008. No entanto continuará a entregar o Troféu Cultural a uma pessoa de destaque, por ano, na cultura campista.



A jornalista Lívia Nunes alegou problemas de ordem pessoal e ficará um tempo sem publicar sua coluna "Minúcia". No entanto o espaço vai continuar à sua disposição para retornar quando achar melhor.



O cineasta Carlos Alberto Bisogno teve um sério problema com o seu computador e por isso não conseguiu enviar a sua coluna "Pequeno Caderno de Ensaios" para ser publicada nesta edição da Revista de Campos.


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NO MAU SENTIDO - MARCELO SAMPAIO



Uma análise literária
Há bastante tempo reflito sobre a miscigenação existente na literatura brasileira, uma espécie de hibridismo de gêneros que percebo desde Manuel Bandeira. Tanto que ele teve várias das suas poesias musicadas por compositores, como Villa-Lobos por exemplo.
Nesta convergência um dos recursos líricos mais comuns é a topologia da inacessibilidade, configurada na grande distância entre o sujeito e seu objeto. Também é muito utilizado nos versos o morfismo, que busca representar os movimentos com as palavras.
Poemas e letras musicais possuem recortes sintáticos e rítmicos através da utilização de palavras átonas e tônicas. Portanto fica bem claro para mim que no Brasil existe uma total mistura entre matrizes populares, repertórios eruditos e tradições folclóricas!
Pare o mouse: Toda norma geral é injusta com os casos específicos, por isso existem os ajustamentos.
Fracassos & Derrotas
@ Na realidade a maioria dos campistas protagoniza momentos histéricos e não históricos.
@ Sinceramente, de determinadas pessoas é preferível receber insultos do que tributos...
@ A coluna “No Mau Sentido” recebe muitas críticas porque o humor é uma linguagem essencialmente subversiva!


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ESPAÇO LIVRE - DIOGO D'AURIOL


Frans Krajcberg

Possuo com as artes plásticas uma relação existencial e desta vez comento sobre minha visita ao Espaço Cultural Frans Krajcberg, onde existe a exposição permanente "A Revolta" de obras do genial artista polonês naturalizado brasileiro Frans Krajcberg. O nome "A Revolta" expressa o sentimento do artista com relação à destruição sem limites provocada pelo homem nas florestas brasileiras. Nesta galeria estão expostas 110 obras de grande porte, todas elas feitas a partir de restos de árvores queimadas ou derrubadas de forma ilegal. Há também exposição de fotos tiradas pelo próprio escultor, venda de livros relacionados ao artista e a possibilidade de visitas monitoradas. A principal finalidade do espaço é, de acordo com Krajcberg, a conscientização ambiental.
Para visualização de suas obras é só acessar: www.diogodauriol.blogspot.com.


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ENTREVISTA ESPECIAL: ROBERTO BARBOSA



Entre outras frases fortes o entrevistado Roberto Barbosa disse para o entrevistador Marcelo Sampaio que “Alguns seres humanos são volúveis, sórdidos e traiçoeiros”!


Aos 39 anos Roberto Barbosa malha diariamente e tem entre os seus objetivos ser um quarentão com a maturidade da idade, mas com aparência de 30 e tesão de 20. Este seu estilo “bombado” faz com que pareça irmão mais velho do seu casal de filhos.
Ter atuado como ator no Grupo de Teatro Infantil A Nossa Turma, dirigido pelo saudoso Ricardo Lavalhos, possibilitou que ele se tornasse animador cultural e mantivesse contato com manifestações populares como o jongo da Maria Anita e a Escola de Samba União da Esperança.
Naquela época conheceu o fantástico Darcy Ribeiro na inauguração da biblioteca do CIEP do Parque Santa Rosa. Do saudoso antropólogo lembra até hoje de ter ouvido, numa conversa particular, que os clássicos da literatura são verdadeiros tesouros para as crianças.
Iniciou no Jornalismo no Jornal A Cidade; passou pela Folha da Manhã (onde atualmente assina um artigo semanal) e foi correspondente do Jornal do Brasil (considerada sua grande escola), no qual assinou uma inesquecível matéria sobre a ruptura da TFP em São Paulo.
Bem antes da atual febre dos blogs, já atuava como blogueiro e mantinha um site na Internet. Desta sua atuação virtual surgiu a oportunidade de assinar a coluna “Direto do Blog” na Revista Somos Assim. Consegue viver prestando consultorias e trabalhando do computador da própria casa.
Durante o tempo que trabalhou como sub-secretário e como secretário de Comunicação Social da Prefeitura Municipal de Campos conseguiu promover acessos às minorias, abrindo mercado de trabalho inclusive. Por isso recebeu da Fátima Castro num desfile de Miss Gay a faixa de Rei da Diversidade.
Enxerga claras diferenças na forma de administrar dos três prefeitos que assessorou. “Arnaldo Vianna é carinhoso e extremamente popular, porém presa fácil das armadilhas do poder”. “Com Carlos Alberto Campista tive grande proximidade, pois apesar de ser muito técnico é um brincalhão”.
“Alexandre Mocaiber trata a todos de forma educada, o que o deixou suscetível às nefastas adulações. Com ele foi um contato mais virtual do que presencial”. Resumindo: “Na verdade com todos eles sempre preferi despachar na minha secretaria a ser um acompanhante de luxo”.
Não se importa em pagar alto preço por conviver com as tribos vítimas de discriminações. Aliás; ministrou a palestra “Democracia e Diversidade” ano passado na Universidade de Nova York e dia 8 de outubro estará falando sobre comunicação, transgressão e censura na UFES em Vitória.
Seus textos já sacudiram a política nos municípios de Campos, Macaé, São João da Barra e Varre-Sai. Credita os processos judiciais que enfrenta à dificuldade dos políticos brasileiros em conviverem com as críticas. Considera o Brasil atrasadíssimo no quesito liberdade de expressão.
Por falar neste assunto; acha um absurdo os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário se considerarem acima do bem e do mal. Chega a temer que se os ditos cujos continuarem se sobrepondo entre eles, possamos voltar a viver uma ditadura militar similar à Venezuela.
Decidiu que fará Mestrado em Ciências Sociais e Doutorado em Relações Internacionais. Quanto aos eleitores é contundente: “Engana-se quem pensa que o povo é coitadinho. Na verdade ele é o construtor de todas as mazelas. Morro de rir quando se exigem candidaturas ficha limpa, sendo que grande parte do eleitorado é ficha suja”.
Questionado acerca de uma frustração, comentou: “Ainda não ter aprendido a tocar violão”. Já sobre um orgulho, respondeu sem pensar duas vezes: “Ser filho de dona Zilda Barbosa”.


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UM POUCO DE TUDO - ELAINE OLIVEIRA


Na Veia
Acaba de estrear em Campos a banda de rock Acústico Drive, que certamente dará muito o que ouvir. Formada por Janine Raposo (voz), Lúcio Magno (voz, guitarra e violão), Gustavo Dias (baixo) e Hugo Peixoto (bateria) apresenta excelente repertório mesclando músicas nacionais com internacionais!

130° Aniversário
A pra lá de articulada Cristina Lima está coordenando a publicação do terceiro volume do livro "Poesia e Prosa para uma Homenagem", que será lançado no mês de novembro durante os festejos dos 130 anos do glorioso Liceu de Humanidades de Campos...

Cruzeiro Temático
Em 30 de janeiro de 2011 começará o primeiro encontro de motociclistas a bordo de um cruzeiro marítimo, com uma programação especial e muito rock and roll. Os interessados em curtirem bons momentos nele devem procurar a Iara Lima na CVC Wal Mart, das 15 às 21 horas, e saber maiores detalhes.

Pedida Auditiva
O carnavalesco campista Sidinho Ramos alcançou mais uma grande conquista. Como diretor do Departamento Artístico da Somsicam acaba de produzir o volume 2 do cd "O Rio Canta", com animados partidos altos e sambas de roda.






Jorginho de Ogum comemorou mais um aniversário recebendo uma legião de amigos na quadra da Mocidade Louca, com direito a bolo nas cores da referida escola de samba que ele preside muito competentemente.







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HISTÓRIAS QUE EU VI, OUVI E VIVI - NILSON MARIA


ESPORTE NO RÁDIO I


Houve um tempo em que havia diversas equipes de esportes no rádio campista. Período de ouro, com muitos profissionais empregados e ganhando dignamente o seu dinheirinho.
Chegamos a ver, ao mesmo tempo, Campos Difusora, Continental, Cultura, Cidade e A Notícia mantendo equipes próprias; numa época em que Americano, Goytacaz e Rio Branco estavam na ativa. É fácil imaginar a quantidade de repórteres, narradores, comentaristas e técnicos; pois as emissoras acompanhavam as três equipes onde quer que elas atuassem.
Naquela época, não obstante a cordialidade, era acirrada a rivalidade entre as emissoras. São impagáveis as histórias e as recordações.
Há o caso daquele narrador que, precisando de um pedaço de fio, durante a transmissão de um jogo no Rio de Janeiro, não se apertou e cortou com o alicate um fio que passava junto à sua cabine. Conclusão: tirou a Rádio Globo do ar e quase apanhou no estádio.
Esse mesmo narrador, conhecido por ser muito "desligado”, numa partida entre o Rio Branco e o Rio das Ostras, trocava sistematicamente o nome do zagueiro da equipe da Região dos Lagos, que se chamava Monsued, confundindo-o com o juiz, que se chamava Nicodemos. Lá pelas tantas, não aguentando mais os equívocos, o repórter pretendeu ajudar:
- Fulano, atenção, Nicodemos é o juiz. Esse aí é o Monsued!
O narrador não perdeu a pose:
- Ok! Obrigado pela informação. Desce o Rio Branco, corta Monsenhor.
O repórter não se conteve:
- Meu Deus, eu não aguento!
Outro fato marcante ocorreu no campo do Cardoso Moreira, onde um problema técnico impediu a abertura da transmissão da Emissora Continental. Apenas aos 20 minutos de jogo houve condição de se entrar no ar. O narrador, solene, sentou-se, acionou o cronômetro e começou a narrativa.
Quando o árbitro encerrou o primeiro tempo, ele se revoltou. Afinal estávamos com 25 minutos de jogo e ele já terminava a primeira etapa. Foi preciso o repórter esclarecer:
- 25 minutos no seu relógio... Quem mandou acionar o cronômetro apenas no início da transmissão e não no início da partida?
Atualmente, o esporte no rádio campista vive um momento de crise. Com nossos times em baixa, apenas a Campos Difusora e a Continental mantêm equipes que fazem a cobertura diária.
A Campos Difusora, com muitas dificuldades, recorre ao artifício do “geladão” para as transmissões de clássicos fora da cidade, utilizando-se do recurso da televisão. Não cabem críticas, pois muitas emissoras de ponta do Brasil têm usado esse método para diminuir os custos.
A Continental, leia-se Evaldo Queiroz, com enorme sacrifício ainda consegue manter uma equipe esportiva que tem coberto ao vivo os clássicos no Rio de Janeiro. Chegou até a acompanhar a Seleção Brasileira, inclusive, em jogos no exterior. Tem narrador, comentarista e repórter fixos no Rio de Janeiro, além da equipe em Campos. Mas o pernambucano, com certeza, tem que “matar um leão por dia”.
As passagens interessantes das transmissões esportivas do rádio campista dariam, sozinhas, um livro inteiro.
Na próxima semana contarei mais histórias.


Aposentado, radialista, apresenta o Programa Nilson Maria, de Segunda a Sexta-Feira, entre 15:00 hs e 18:00 hs, na Rádio Absoluta AM – 1.470.


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FRASE DA SEMANA, QUER DIZER DA ROSELY SAYÃO:

"Quem não tem infância, não amadurece".



Expediente:

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