domingo, 15 de agosto de 2010

Número 3 - Domingo, 15 de agosto de 2010.


Angélica Menezes, atual Miss Campos, foi eleita Musa Brasil 2010 em Salvador na Bahia. A bela agora vai concorrer ao título de Musa Universo ainda este ano em Las Vegas nos Estados Unidos


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Ao criar esta Revista de Campos, Marcelo Sampaio desativou o Blog do Sampa que mantinha na Internet desde 2008. No entanto continuará a entregar o Troféu Cultural a uma pessoa de destaque, por ano, na cultura campista.



A jornalista Lívia Nunes deve ter tido algum contratempo e não conseguiu enviar a sua nova coluna, que certamente deverá ser publicada em nossa próxima edição.


O sexteto desta publicação brevemente se tornará um octeto. É que o jornalista Newtinho Guimarães e o poeta Nino Bellieny manifestaram desejos de assinarem colunas aqui. Como são companheiros das antigas, e para nós antiguidade é posto, já estão preparando suas estréias. Aguardem-os porque temos certeza absoluta que virão coisas muito boas por aí...



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NO MAU SENTIDO - MARCELO SAMPAIO


Tempos bem estéreis

Está cada vez mais difícil encontrar pessoas que enxerguem a vida e o mundo através de uma ótica realmente libertária. Eu então, cujos gostos pessoais são muito mais newtonianos do que quânticos, desconfio que tenho cerca de 300 anos.
Minha visão jurídica, por exemplo, aproxima-se dos substanciais e não dos dogmáticos. Sendo assim numa perspectiva humanista a lei tem que ser flexível com os menos favorecidos, firme com os remediados e implacável com os poderosos.
Na verdade todos precisam se livrar do pensamento logocêntrico ocidental de conhecimento para valorizar mais o sentimento e ampliar as relações de funcionalidade. É fundamental, até mesmo imprescindível, o diálogo entre cognitivo e social.
Pare o mouse: No paradoxo reside a inteligência!

Fracassos & Derrotas
@ Poucas coisas dão tanto prazer para mim do que fazer um auto-retrato alheio...
@ Atualmente a reisificação e a serialização transformam tudo em objeto. Não existe mais o sujeito com as suas loucuras.
@ Lembrem-se sempre que tudo o que é bom acaba, faz mal ou é pecado!

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PEQUENO CADERNO DE ENSAIOS - CARLOS ALBERTO BISOGNO


Back to the Future - Parte III


Para compreender os motivos que levarão a esta demora da transição do atual modo de fazer cinema para a forma 3D desenvolvida, é preciso fazer uma breve recapitulação histórica e análise técnica sobre a composição de imagens:


Ponto de Vista
A composição nada mais é do que a arte de dispor os elementos, do assunto a ser fotografado, da forma que melhor atenda nossos objetivos.


Com o surgimento da tecnologia 3D as preocupações e possibilidades artísticas se ampliam com a quantidade de planos dispostos que se projetam para dentro e para fora da tela. Há a necessidade de um planejamento árduo, por parte de todo a equipe de criação, da disposição desses planos e dos objetos que os compõe.


A capacidade para selecionar e dispor os elementos de uma fotografia depende em grande parte do ponto de vista. Na verdade, o lugar onde se decide posicionar a câmera para registrar uma cena constitui uma de suas decisões mais críticas. Muitas vezes uma alteração, mesmo mínima, do ponto de vista, pode alterar de forma drástica o equilíbrio e a estrutura da foto.


Por isso torna-se indispensável andar de um lado para o outro, aproximar-se e afastar-se da cena, colocar-se em um ponto superior ou inferior a ela, a fim de observar o efeito produzido na fotografia por todas essas variações.


Razão de Aspecto das Telas
No início, quando o Cinema surgiu, a razão de aspecto das telas e, conseqüentemente, da captação das imagens era 4:3 (ou 1.33:1), ou seja: um quase quadrado. Com isso, os cineastas do período eram obrigados a conceber composições que freqüentemente soavam amontoadas, sem espaço para respiro - especialmente quando três ou mais atores se encontravam em campo, o que obrigava os diretores a distribuírem os elementos em cena através de vários planos, de pontos mais próximos da câmera até outros mais afastados desta. Da mesma forma, quando se tornava necessário enfocar amplos espaços abertos, a solução muitas vezes residia em incluir mais teto do que laterais, como fica óbvio num plano de “... E o Vento Levou” em que a câmera se afasta de Vivien Leigh depois que esta faz sua promessa de jamais passar fome novamente - quando, então, o céu domina o quadro, mantendo Leigh em contraluz. (Se fosse realizado alguns anos depois, o filme provavelmente expandiria o quadro para os lados, enfocando mais a terra seca do que as nuvens.).


Com a abertura do quadro para razões maiores, de 1.65:1 a 2.35:1, os cineastas finalmente puderam permitir que suas composições respirassem mais, brincando com a gradação dos elementos em cena e distribuindo-as de maneira mais elegante e visualmente sofisticada. Além disso, jogos estéticos feitos através da profundidade de campo (e que já eram presentes no 1.33:1) permitiam conduzir o olhar do espectador, focando detalhes específicos ou mesmo enganando propositalmente o público, como no inesquecível plano de Cidadão Kane em que temos nossa perspectiva enganada através da grande profundidade de campo e julgamos, erroneamente, que as janelas da sala se encontram bem mais próximas do que estão na realidade - e é somente o deslocamento de Kane pelo ambiente que nos leva a perceber a dimensão da sala.


Perspectiva
As imagens agora são tridimensionais: possuem largura, comprimento e profundidade, e para se lidar com o efeito de profundidade é preciso grande cuidado para se lidar com um elemento primordial na fotografia tradicional: a perspectiva.


Nas pinturas e fotografias 2D, sem dúvida a perspectiva não passa de uma ilusão de ótica. Quando seguramos um livro, mantendo o braço esticado, este objeto dará a impressão de ser tão grande quanto uma casa situada a uma centena de passos. Quanto mais se reduz a distância entre o livro e a casa, mais os objetos se aproximam de suas verdadeiras dimensões. Só quando o livro se encontra em um plano idêntico ao da casa, é que o tamanho aparente de cada um deles eqüivale com exatidão ao real.


Através da perspectiva, linhas retas e paralelas dão a impressão de convergir, objetos que encobrem parcialmente a outros dão a sensação de profundidade, e através do distanciamento dos objetos temos a sensação de parecerem menores.


Podemos utilizar a perspectiva para criar impressões subjetivas, e o caso de efeitos de: "plongée" fotografar com a câmera num ângulo superior ao assunto, diminuindo-o com relação ao espectador; e "Contra-plongée" a câmera num ângulo inferior ao assunto criando uma sensação de poder, força e grandeza. Cada um destes recursos deverá ser utilizado de acordo com o contexto e o objetivo do fotógrafo.


Foco & Profundidade de Campo
Ora, como isto poderia ser feito num filme 3D? A profundidade do campo, que no 2D deve ser recriada/sugerida através da perspectiva, já é uma informação fornecida automaticamente ao espectador - e, portanto, jogos cênicos como o de Cidadão Kane se tornariam impossíveis. Por outro lado, a exploração desta nova dimensão é algo que certamente renderia uma série de vantagens para os cineastas contemporâneos, que finalmente poderiam compor seus quadros levando em consideração mais um importante aspecto na distribuição de seus elementos cênicos que ampliaria de forma quase imprevisível suas possibilidades narrativas.


Apesar de com da nova tecnologia 3D ainda não ser possível por parte do espectador escolher os pontos que deseja focar - dentro desses limites técnicos - temos possibilidades de controlar não só a localização do foco, como também a quantidade de elementos que ficarão nítidos. Através destes controles, podemos destacar esta ou aquela área dentro de um assunto. E o foco que vai ressaltar um objeto em detrimento dos outros constantes da foto.


Planos
Os Planos determinam o distanciamento da câmera em relação ao objeto fotografado, levando-se em conta a organização dos elementos dentro do enquadramento realizado. Os planos tradicionalmente dividem-se em três grupos principais (seguindo-se a nomenclatura cinematográfica) Plano Geral, Plano Médio, Primeiro Plano. Uma mesma fotografia pode conter vários planos, sendo classificada por aquele que é responsável por suas características principais.


Entretanto com um sistema de composição 3D os planos terão de ser definidos, escalados e sobrepostos levando-se em consideração uma propriedade até então inexistente: alem de se agruparem na profundidade da tela, estes tem a possibilidade de se projetarem para fora dela em direção ao expectador criando toda uma nova gama de classificação que poderíamos chamar de positiva quando se projeta para fora, e negativa quando para dentro da tela.


Linhas, Forma & Desenhos
O desenho pode transformar-se em um tema, e introduzir ordem e ritmo em uma imagem tridimensional que, sem ele, talvez parecesse caótica. Nos casos onde o seu efeito é muito grande, ele pode dominar a imagem, a ponto de os outros componentes perderem quase por completo sua importância.


Linhas e formas podem ser usadas para criar imagens abstratas, subjetivas, ou para desviar a atenção do assunto principal.


Luz & Forma
A maioria dos objetos de uso diário pode ser identificada apenas pelo seu contorno. A silhueta de um vaso, colocado contra a janela, será reconhecida de imediato, porque todos nós já vimos muitos vasos antes. Contudo, o espectador pode apenas tentar adivinhar se ele é liso ou desenhado, ficando com a incerteza até que consiga divisar com clareza sua forma espacial. E esta depende da luz.


Considerando que o cinema 3D dá à luz a propriedade de ter volume, como observamos plenamente em Avatar (2009) quando a luz do sol se projeta entre folhas das árvores na floresta e nos toca magicamente, essa nova luz é capaz de criar sombras e altas-luzes como nunca foi feito, e com isso, revelar a forma espacial, o tom, a textura e o desenho dos objetos.


A imagem é afetada pela qualidade, volume e direção da luz. Qualidade é o termo que aplicaremos para definir a natureza da fonte emissora de luz. Ela pode ser suave, produzindo sombras tênues, com bordas pouco marcadas (por exemplo, a luz natural em um dia nublado); ou dura, produzindo sombras densas, com bordas bem definidas (luz do meio-dia).


Assim podemos dizer também que a altura e direção da luz têm influência decisiva no resultado final da imagem 3D. Dependendo da posição da luz da fonte luminosa, o assunto fotografado apresentará iluminada ou sombreada esta ou aquela face. A seleção cuidadosa da direção da luz nos permite destacar objetos importantes e esconder entre as sombras aqueles que não nos interessa no agrupamento e gradação de planos tridimensionais.


• Luz lateral: é a luz que incide lateralmente sobre o objeto ou o assunto fotografado, e se caracteriza por destacar a textura e a profundidade, ao mesmo tempo que determina uma perda de detalhes ao aumentar consideravelmente a longitude das sombras criando muitas vezes imagens confusas.


• Luz direta ou frontal: quando uma cena está iluminada frontalmente, a luz vem por trás do fotógrafo, as sombras se escondem sob o assunto fotografado. Este tipo de luz reproduz a maior quantidade de detalhes, anulando a textura e achatando o volume da foto.


• Contra-luz: é a luz que vem por trás do assunto convertendo-o em silhueta, perdendo por completo a textura e praticamente todos os detalhes.


Tom
Denomina-se Tom a transição das altas-luzes (áreas claras) para a sombra (áreas escuras). Em uma imagem onde se vê apenas a silhueta de um objeto, recortada contra um fundo branco, não existindo, portanto tons de cinza. Esta será uma fotografia em alto-contraste. Uma fotografia que tem apenas alguns tons de cinza predominando o preto e o branco será considerada uma fotografia dura (bem contrastada). Já uma imagem onde predominem os tons de cinza poderá ser considerada uma fotografia suave (pouco contrastada). Existe uma "escala de cinzas" medida em progressão logarítmica, que vai do branco ao preto. Esta escala é de grande utilidade, podendo-se através dela interferir no resultado final da fotografia.


Ainda não podemos avaliar como a linguagem 3D poderá lidar com isso, pois até então, propositalmente, os filmes 3D tem evitado a aparição de áreas profundamente escuras ou fotografias duras que cortam, mesmo num ambiente 3D, a perspectiva de profundidade.


Textura
A textura e a forma espacial estão intimamente relacionadas, entendendo-se como textura a forma espacial de uma superfície. É através da textura que muitas vezes podemos reconhecer o material com o qual foi feito um objeto que aparece em nossa fotografia.


Uma fonte luminosa mais dura, forte e lateral, irá privilegiar mais a textura; enquanto uma luz mais difusa, indireta, suave, poderá fazer desaparecer uma textura ou diminuir sua intensidade.


A textura pode ser considerada um fator de importância em uma imagem estereoscópica, em virtude de criar uma sensação de tato, em termos visuais, conferindo uma qualidade palpável à forma que era plana. Ela não só nos permite determinar a aparência de um objeto, como nos dá uma idéia da sensação que teríamos em contato com ele.


Edição
Ao unir duas cenas utilizando corte seco (corte simples, sem utilizar efeitos de transições), é parte da técnica do cinema tradicional atentar sempre para a continuidade do movimento. No cinema 3D o corte seco pode ser extremamente prejudicial a sensação de imersão do espectador se por exemplo logo a sua frente existe um objeto e este desaparece subitamente. A solução para isso talvez seja o corte em gradação dos sucessivos planos empilhados de dentro para fora da cena fazendo com que o público se acostume com o movimento de transição de um take para o outro. Pode-se também utilizar o movimento dos objetos como fontes de corte: uma piscadela em plano detalhe ou um objeto que passa transversalmente na cena tomando-a.


Movimento
Sempre que um objeto se move em frente à câmera, sua imagem projetada sobre o filme também se move. Se o movimento do objeto é rápido e a câmera fica aberta, por um tempo relativamente longo, essa imagem ou movimento será registrada como um borrão, um tremor, ou uma forma confusa. Se o tempo de exposição for reduzido, o borrão também será reduzido ou até eliminado. Percebemos ser fundamental a necessidade no cinema digital 3D de um tempo de exposição à luz curto (velocidade alta), e conseqüentemente mais quadros por segundo, para gravação de uma maior quantidade de informações sem deformá-la, deixando o movimento de um objeto mais fluido, mostrando sua posição num dado momento sem borrões inevitáveis numa velocidade normal já que o objeto agora se move em mais uma dimensão de seu espaço.

"A composição deve ser uma de nossas preocupações constantes, até nos encontrarmos prestes a tirar uma fotografia; e então, devemos ceder lugar à sensibilidade"
Henri Cartier-Bresson

http://cinemabisogno.blogspot.com/
http://www.dailymotion.com/CarlosAlbertoBisogno


Notas de rodapé: Boulevard Shopping Campos é o primeiro do segmento feito em Campos dos Goytacazes que contará com salas de cinema digital e 3D. O projeto está programado para inaugurar em abril de 2011.


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ESPAÇO LIVRE - DIOGO D'AURIOL


Desde sempre existe uma corrente a favor do aprendizado da língua inglesa. Não tenho nada contra àqueles que pretendem aprender ou falam e escrevem a língua ianque. A primeira expressão que me vem à mente em inglês é “fuck you”. Os estadunidenses não poderiam difundir de forma mais abrangente o idioma nativo senão com esta belíssima expressão e ninguém melhor que o ex-presidente George W. Bush para reforçar o mantra. Nadando contra a maré capitalista fico muito orgulhoso de mim ao afirmar que nunca tive e nem tenho interesse em falar o inglês. Muito mais me interessa o espanhol com sua sonoridade poética. Ao assistir o dvd Buena Vista Social Club confirmei o meu amor à língua falada em Cuba.
O castelhano e o espanhol são irmãos siameses. A razão porque alguns países optam por chamar o idioma de castelhano e outros de espanhol é apenas política: Você dificilmente vai ouvir um argentino dizendo que fala espanhol, já que o nome remete ao período colonial. Por esse motivo, o termo castelhano é mais usado na América do Sul. Já o espanhol é comum no Caribe, no México e nas áreas de fronteira com o inglês. Na Espanha, o uso dos termos depende da região: No norte, as pessoas se referem à língua como castelhano. Na Andaluzia e nas ilhas Canárias, o idioma é chamado de espanhol.
Atento a detalhes baldios reparei que fuck e funk são palavras com grafias parecidas. Súbito atinei para a origem do tal estilo musical tupiniquim. E funk para os seus ouvidos!




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UM POUCO DE TUDO - ELAINE OLIVEIRA



Muito Interessantes
Andam sendo muito interessantes as participações da psicóloga Michelle Ribeiro, às segundas-feiras, no "Mesa Redonda" da TV Litoral. O referido programa é apresentado pelos espirituosos Victor Montalvão e Granger Ferreira de segunda a sexta-feira, das 17 às 18 horas.

Comissão Carnavalesca
Rendeu frutos a segunda reunião sobre o Carnaval 2011 organizada pelo Orávio de Campos Soares, secretário municipal de Cultura. Nela, realizada no Teatro de Bolso, foi formada uma comissão com 10 pessoas que está encarregada de planejar tudo referente aos próximos desfiles campistas...

Na Baixada
A turma de formandos 3001 do Colégio Estadual Almirante Barroso promoveu, na Pista do Laço em Tócos, o desfile-eleição da Garota e do Garoto CEAB Outono-Inverno 2010. Venceram a acirrada disputa Maira Monteiro e Raian Ferreira, alunos do 2° ano do Ensino Médio.

Estilo Fanzine
Paulo Ourives, carioca de nascimento e campista de coração, acaba de lançar o livro "Satirizando a política". Nele, o jornalista escreve com humor a respeito do assunto em nível nacional. Tomara que lance logo um sobre as mazelas de Campos e da nossa região!





O poeta Aluysinho Abreu Barbosa recebendo o prêmio de Destaque Cultural deste ano em Campos das mãos do ator Yve Carvalho, que recebeu a citada premiação na edição passada.






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HISTÓRIAS QUE EU VI, OUVI E VIVI - NILSON MARIA



TALVANE COUTINHO

Foi um dos nomes mais expressivos do rádio campista, de quem me lembro sempre com ternura e saudade. Tinha como marca registrada um sorriso que não lhe saía do rosto. Durante todo o tempo em que trabalhamos juntos não me recordo de tê-lo visto mal-humorado ou se queixando da vida. Sabia lidar com suas dificuldades sem deixar que elas atrapalhassem a sua fleugma e elegância.
Certamente por isso, Talvane era querido e idolatrado por seus ouvintes. Renomado marcador de quadrilhas juninas, tarimbado jogador de “buraco”, fantástico contador de histórias, onde quer que estivesse era sempre o centro das atenções.
Mas, não obstante o astral positivo, Talvane Coutinho foi uma pessoa extremamente “desligada”. Tão fora de órbita que, certa feita, um colega redigiu a sua própria nota de falecimento, entrou correndo no estúdio, na hora de seu programa atirou o papel na mesa dizendo:
- Talvane, leia agora!
Talvane não se fez de rogado. Apanhou a nota e mandou pro ar, de primeira:
- “Nota de Falecimento! Faleceu hoje o senhor Talvane Coutinho da Silva, morador à Rua tal e pa-ta-ti, pa-ta-tá...”
Leu a nota na íntegra e fechou, repetindo:
- “Noticiamos com pesar o falecimento do senhor Talvane Coutinho!”
Apenas aí percebeu que havia caído numa brincadeira e arrematou, ainda no ar:
- “Calma aí... Talvane sou eu, mas que sacanagem!”
Enquanto isso, na técnica, os colegas estavam às gargalhadas.
Em outra ocasião, determinado radialista sofreu um acidente em Guarus, em plena madrugada, acompanhado de uma jovem que não era exatamente a sua esposa.
Ambos foram socorridos, levados para o hospital. Numa atitude corporativa, própria da categoria à época, emissoras de rádio e jornais (não havia emissoras de televisão), registraram o acidente, mas omitiram o fato de que o infeliz colega estava acompanhado. O objetivo era preservar o casamento do dito cujo, que havia contado para a esposa que iria para uma reportagem na madrugada.
O casamento estava preservado. Nada foi divulgado sobre a moça. No dia seguinte a esposa, em sua casa, após chegar do hospital onde fora visitar o marido ligou o rádio e quase desmaiou.
Ingenuamente, Talvane fazia um elogio público das qualidades do colega acidentado e acabou arrematando:
- “Desejo uma pronta recuperação para o querido colega fulano de tal, bem como para a jovem que o acompanhava nesta fatídica madrugada...”
Ao ouvir o comentário a madame partiu de retorno para o hospital, onde quebrou o maior pau com o infeliz marido.
Puro de coração, amigo e prestativo guardo as melhores recordações do convívio com o meu professor e amigo Talvane Coutinho. Os seus milhares de ouvintes, certamente, continuam órfãos de sua competência e charme.

Aposentado, radialista, apresenta o Programa Nilson Maria, de Segunda a Sexta-Feira, entre 15:00 hs e 18:00 hs, na Rádio Absoluta AM – 1.470.

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FRASE DA SEMANA, QUER DIZER DO PAULO CÉSAR PERÉIO:

"Talento sem vocação não serve para nada".





Expediente:

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2 comentários:

  1. Marcelo, bom dia!
    Venho aqui para te dar uma boa notícia. Sabe aquele vídeo que fiz para o meu trabalho de Conclusão de Curso? Brevemente ele estará na internet, se desejar colocá-lo aqui posso lhe enviar os códigos para incorporação.
    Um grande abraço do
    Paulo de A. Ourives

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  2. Gostei muito desse post faland sobre o meu tio Talvane ate hj sinto saudades!!

    Abç

    Jorge Luiz Coutinho

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